Em primeiro lugar obrigado à Ciclonatur e a fantástica equipa da Transportugal, que me proporcionaram esta excelente experiência de 9 dias de Norte a Sul do país.
A minha tarefa neste evento era semelhante à das provas Geo-Raid do ano passado, ou seja, "vassourar" o evento de bicicleta.
Não houve grandes hipóteses de fotografias, pois em primeiro lugar a maquina fotografia habitual, lembrou-se de avariar. Em segundo lugar as paragens eram muito poucas e muito curtas.....
Todas as espectaculares fotografias que ilustram este relato são obra do Pedro Cardoso e do Agnelo Quelhas, fotógrafos oficiais da Transportugal. As fotografias mais fraquinhas foram obra do meu telemóvel.
Eu bem que levei o portátil para no fim de cada dia fazer um pequeníssimo resumo aqui, mas o tempo faltou sempre até para descansar como deve ser.
Mesmo o dia de chegar a Bragança (sexta-feira), trabalhei de manhã e como não pude apanhar o transporte do pessoal no dia anterior, tive de pedir auxilio ao meu amigo Koelhone (como não podia deixar de ser) que me foi pôr a Bragança. Assim que chegamos a malta estava a sair para a volta de "ambientação" e só tive tempo de trocar de roupa pegar na Lolita e dar também uma pequena volta. Pequena, mas com tempo suficiente para apanhar uma descarga de trovoada, molhar e sujar o material logo no dia zero.
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
Os dias adivinhavam-se longos. As razões eram óbvias, muitos Kms por dia e bastante desnível para vencer.
O percurso foi escolhido ao pormenor, pois passou em locais lindos, que muitas vezes estão escondidos longe dos percursos habituais.
Dia 1: Bragança - Freixo de Espada à Cinta
O dia acordou muito cinzento ainda com algumas pingas à mistura que rapidamente deram lugar a uma manhã soalheira.
Devido ao sistema com handicaps que dão o equilíbrio à competição o primeiro atleta (neste caso a primeira atleta) partiu às 7:30 e o ultimo grupo saiu de Bragança às 9:00 (eu inclusive).
(Foto: Agnelo Quelhas)
De Bragança pedalámos para Este para entrar no Parque Natural de Montesinho. Inicialmente tive a companhia de dois casais Sul Africanos que devido à queda de uma das BTTistas ficaram para trás, mas logo imprimiram o andamento mais rápido. Na primeira subida mais longa fiquei com o Claude Dabaliz, um BTTista que veio propositadamente da Nova Zelândia para participar na Transportugal.
Ponte romana em Gimonde (Foto: Agnelo Quelhas)
O dia ficou bom para pedalar e os primeiros Kms foram feitos a um ritmo muito soft. A roda 29 do Claude a descer e a direito passavam por cima de tudo, mas abrandava bastante nas subidas.
O meu primeiro registo fotográfico (dos 4 ou 5 que tirei com o telemóvel) por acaso este para a minha flor:
Só mais tarde o Ricardo me chamou a atenção que a flor das estevas é a "marca" da Transportugal e realmente eu é que estava desatento pois aparece em todas as T-Shirts e faz parte do logótipo da prova. E não é por acaso, pois esta flor nesta altura do ano aparece-nos todos os dias desde Tras-os-Montes e Alto Douro até ao Algarve.
No meio das estevas (Foto: Pedro Cardoso)
Por estas bandas apareceu-nos muitas vezes ao triste abandono, a antiga linha do Sabor que nem para caminho é aproveitada, mesmo já sem carris e as travessas de madeira. A única coisa que tem é mato, giestas, silvas.... Dei conta dela, pois num sitio onde no meio de um olival dei com uma placa "Pare, Escute e Olhe".....
Antigamente o comboio atravessava este caminho....
O céu começou a ficar mais negro um pouco antes de chegarmos a Sendim. Em Sendim estávamos no Km 80 e o dia acabava com mais 60. Era o Ricardo que estava a fazer o controle neste Check Point, onde o Claude teve de ficar por termos chegado meia hora depois do fecho. Eu continuei e entretanto cai sobre Sendim uma carga de água enorme que transformou as ruas em rios. Ainda me abriguei uns 10 minutos até passar a maior chuvada. Ironia do dia é que me abriguei na mesma zona onde há uns anos no Festival Interceltico me abriguei do calor bem acima dos 40 graus.
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Agnelo Quelhas)
Andei o resto do dia quase sempre sozinho, pois os "novos" últimos estavam muito à minha frente. Em Sendim tinham perto de uma hora.
De Sendim o percurso continuava para os lados da Bemposta por caminhos técnicos acidentados e de calçadas romanas.
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
Em Bruço apanho o Zé Manel e o Zé Vaz, apesar de ter ganho algum tempo, os últimos ainda estavam longe. Apanhei aqui uma boleia junto à antiga estação dos comboios.
Estação de Bruçó (Foto retirada do Panoramio, user: Portugalia)
A boleia durou quase 10 Kms, pois entretanto a pick-up entrou num pântano com agua a tapar as 4 rodas e lá ficou o Zé Vaz a manter o motor a trabalhar até chegar o Brutus do Saboga par a tirar. Eu como não fazia ali nada continuei debaixo de chuva o percurso.
Apesar da chuva, do vento e do frio dava para desfrutar de paisagens lindíssimas. Ao entrar na zona do Douro Internacional dava para imaginar uns bonitos postais. Aqui vou voltar brevemente com toda a certeza.
Rio Douro (Foto: Agnelo Quelhas)
Na fotografia seguinte vê-se a "tormenta" a chegar, mas quando eu cheguei ao local já ela estava a deitar agua cá para baixo.
Mazouco (Foto: Agnelo Quelhas)
Um pouco a seguir a Mazouco apanho gente, nada mais nada menos que o Herman Els e o Jean Aguilera, dois amigos, um sul africano e outro francês residente na Africa do Sul. Apesar de sempre os ver bem dispostos o final deste dia de algum sofrimento estava a custar terminar. Até Freixo de Espada à Cinta foram então as minhas companhias.
Meta em Freixo de Espada à Cinta (Foto: Pedro Cardoso)
Depois do banho e do jantar, desmontámos o "estaminé" e como as dormidas em Freixo estavam todas ocupadas pelos atletas, nós do Staff fomos dormir a Espanha. O resultado foi deitar à uma da manhã e levantar às 7:00 para o segundo dia. Não houve muito tempo para descansar, mas o dia seguinte já era em terras mais familiares e sabia antemão que não seria tão exigente.
Dia 2: Freixo de Espada à Cinta - Guarda
O segundo dia teve os mesmo horário de saída. O ultimo grupo partiu às 9:00 e fomos direitinhos a Poiares para logo de seguida entrar na fantástica calçada de Santa Ana.
(Foto: Agnelo Quelhas)
O Rio Douro e Barca d'Alva à vista
Calçada de Santa Ana
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
Os últimos na calçada (Foto: Agnelo Quelhas)
Calçada de Santa Ana
Calçada de Santa Ana
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
Calçada de Santa Ana
Calçada de Santa Ana
Calçada de Santa Ana
Aqui o Agnelo ficou na foto. Calçada de Santa Ana.
Depois da fantástica experiência da calçada, foi sempre a descer até apanhar o alcatrão da estrada nacional que vai para Barca d'Alva. Mais uma vez a minha companhia eram os sul africanos. Mas a companhia só durou até Barca d'Alva, pois iniciava-se a subida do dia até Castelo Rodrigo e pelo caminho encontrei o Claude.
A ir embora
Durante a subida para o planalto de Figueira
Já é normal o pessoal da cidade mais alta rumar a estas paragens. Há bem pouco tempo andámos por estas bandas quando fizemos em Fevereiro a Travessia das Amendoeiras em Flor e em Abril quando percorremos da GR22: Linhares da Beira - Castelo Mendo.
Claude Dabaliz na subida nos arredores da Ribeira de Aguiar
Passámos por Figueira de Castelo Rodrigo e subimos a Castelo Rodrigo. Desta vez não deu para ir ao salão de chá, que para nós, mais se poderia chamar Salão de Coca-Colas e de Tartes de Amêndoa.
Castelo Rodrigo (Foto: Agnelo Quelhas)
Castelo Rodrigo (Foto: Agnelo Quelhas)
Castelo Rodrigo (Foto: Agnelo Quelhas)
Castelo Rodrigo (Foto: Agnelo Quelhas)
Castelo Rodrigo (Foto: Agnelo Quelhas)
Na ultima subida para Castelo Rodrigo
Castelo Rodrigo
Depois da subida (principal) do dia acabada de fazer, tomamos a direcção de Almeida por Malpartida.
Castelo Rodrigo (Foto: Agnelo Quelhas)
Ao lado da Marofa (Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
O check-point a seguir a Castelo Rodrigo estava em Almeida, onde nos esperavam o Zé Vaz e o Fael. Pelo Caminho ainda "provamos" a chuva e devemos ter sidos os únicos a levar com ela. Passamos o check-point a tempo, o próximo já seria em Pinzio com o Ricardo.
Fael e Zé Vaz (Foto: Pedro Cardoso)
Chegada a Almeida (Foto: Pedro Cardoso)
Almeida (Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
As paisagens aqui são mais que familiares, pois as minhas raízes também são destas bandas. Descemos o Rio Côa pelo trajecto da GR22 e fizemos alguns kms a coincidir com a Grande Rota.
Rio Coa (Foto: Agnelo Quelhas)
Ponte sobre o Rio Coa (Foto: Agnelo Quelhas)
De seguida passagem pela capela de Santa Barbara, Aldeia Nova, Asul, Leomil e logo de seguida Freixo onde havia uma grande recepção à passagem da Transportugal. Grande recepção não fosse ela toda família :)
Passagem pela capela de Santa Barbara
Muito rosmaninho
Passagem da Transportugal mesmo à porta de casa dos felizarda
Ribeira das Cabras (Santo André)
Meta na Guarda (Foto: Pedro Cardoso)
O abastecimento ao fim do dia providenciado pela Adelina e pela Berta (Foto: Pedro Cardoso)
Lavagem de bicicletas a cargo do Armindo e do Borrego (Foto: Pedro Cardoso)
O reconhecido carinho da mecânica por parte do Ricardo Machado (Foto: Pedro Cardoso)
O terceiro dia, foi o dia do "nosso" jardim.
O dia esteve (quase) sempre excelente para pedalar.
Saímos do Hotel Lusitânia onde foi a linha de partida em direcção ao Barrocal. Deve ter sido o Rui o obreiro de num dia como este começarmos logo pela subida da Cabreira.
Assim que cheguei com o Herman aos Enxames, apanhamos o Claude. A partir daqui o Herman pirou-se na subida seguinte e assim fiquei com o Claude Dabaliz.
Depois da subida, fomos rolando por um terreno seco que de vez em quando reservava algumas surpresas. Uma delas fez-me ir ao tapete. Uma armadilha de lama que ao entrar nela com alguma velocidade, a fugir do lamaçal principal, "sugou-me" a roda da frente deixando a bicicleta em pé, presa ao chão e eu aterrei na lama à frente dela.
Passamos o check point com tempo de sobra e rumámos a Monsanto.
Como é boa prática nesta zona, quando se vai a Monsanto tem de se subir por alguma calçada e descer por outra. A Transportugal, não fugiu à regra como era de esperar.....
Dia 5: Monfortinho - Castelo de Vide
Do Freixo até Pinzio fomos bem, passamos a Ribeira das Cabras no Santo André e fomos ao encontro do Ricardo no ultimo check point do dia, onde com o Claude passamos ainda a tempo.
Pensava eu que estávamos a pouco tempo da Guarda, mas o o Claude não estava muito para pedalar nas subidas do sobe e desce pelo Jarmelo. De Pinzio à Guarda fomos pela Granja, Ima, Jarmelo, Casas da Ribeira, João Bragal, Sequeira e Guarda City. Demoramos mais de duas horas para fazer estes últimos 20 Kms.
(Foto: Agnelo Quelhas)
Kate e os gémeos Dohmen (Foto: Pedro Cardoso)
Se durante o dia existe staff estava espalhado pelos check-points. No fim de cada etapa existe um rol variadíssimo de tarefas a efectuar para que o dia acabe da melhor forma e o dia seguinte comece com tudo pronto.
Lavagem de bicicletas a cargo do Armindo e do Borrego (Foto: Pedro Cardoso)
O reconhecido carinho da mecânica por parte do Ricardo Machado (Foto: Pedro Cardoso)
E o reconhecido carinho da mecânica do André Malha (Foto: Pedro Cardoso)
Dia 3: Guarda - Unhais da Serra
O terceiro dia, foi o dia do "nosso" jardim.
O dia esteve (quase) sempre excelente para pedalar.
Saímos do Hotel Lusitânia onde foi a linha de partida em direcção ao Barrocal. Deve ter sido o Rui o obreiro de num dia como este começarmos logo pela subida da Cabreira.
(Foto: Pedro Cardoso)
Descemos a calçada romana e fomos até à praia fluvial da Aldeia Viçosa. Já tinha sido obrigado a uma paragem forçada no vale do massueime ainda na Guarda e nesta descida surge o desviador partido do norte americano Steven Williams que me obrigou a parar bastante tempo. Deixei-o com pessoal do staff, mas a prova deste atleta parecia comprometida. Continuei sozinho, ficando ele à espera da resolução para o problema.
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
Passei o check-point na Mizarela sozinho e com algum atraso mas no fim da subida conhecida por estes lados de "rainha", onde passou a ultima edição da Invernal de BTT Cidade da Guarda, apanhei o Claude e ao mesmo tempo ligou-me o Zé Vaz a dizer que eu tinha um atleta atrás de mim. O problema do desviador estava resolvido e o Steven continuou em prova, ou seja, quando eu e o Claude estávamos quase a chegar ao alcatrão da estrada de Videmonte, o Steven estava a iniciar a subida na Mizarela.
No fim da primeira subida do dia
Santiago de Videmonte
Em Videmonte, como não era necessário nenhum desvio, pois vínhamos da ribeira parei para beber uma Coca-Cola no Café Santiago como tem sido habitual nas investidas para estes lados da serra.
Mais satisfeito fui de novo apanhar o Claude. A diferença de andamento entre o Claude e o Steven era tanta que um pouco antes de chegarmos ao caminho que vem da Cabeça Alta, fomos apanhados pelo Steven que fez a subida da Mizarela a andar bem. A situação estava regularizada e o vassoura era novamente o ultimo da corrida.
Momento em que o Steven nos alcançou
O segundo check-point do dia era a seguir à portela de Folgosinho, no inicio da subida para a Santinha.
Passagem pela cabeça do Faraó, onde ainda cheirava a chouriça assada....
O Claude dizia-me pelo caminho que o dia dele estava feito, iria ficar no check-point pois as subidas estavam a custar muito e ainda faltavam as duas piores.
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
Assim que chegámos ao Fael no check-point, tínhamos mais dois atletas lá parados. Um deles, o Jean François Aguilera, sentia-se triste e desanimadissimo com o decorrer do dia. Ponderava ir-se embora da prova no dia seguinte pois achava muito duro e queria passear com mais calma.
Entretanto o Fael convenceu-o a subir pelo menos à Santinha para apreciar as vistas e o Claude que era para ficar no check-point foi convencido pelo Jean a subir também. Se eu pensava que a partir dali iria sozinho algum tempo ao meu ritmo, enganei-me pois agora tinha duas companhias.
(Foto: Agnelo Quelhas)
Pelo caminho fui conversando com o Jean, metendo-lhe na cabeça que se fosse embora iria-se arrepender. Se o Claude era uma pessoa reservada e de poucas falas, com o Jean podia-se falar qualquer língua, até português se desenrascava muito bem.
Encher os cantis
Já na Santinha
Percorremos a crista pelo Malhão até à estrada nacional, mas o percurso aqui não passava no tasquinho da D. Judite infelizmente. Não entrámos sequer em alcatrão e fizemos uma zona a meia encosta de sobes e desces que já tinha feito no Geo-Raid da Serra da Estrela do ano passado.
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Pedro Cardoso)
Chegámos ao cruzamento para as Penhas Douradas e fomos para o observatório, para mais uns sobes e desces até passar novamente a estrada que nos leva por terra à Pousada de São Lourenço.
Manteigas
Chão das Barcas
Aqui a instabilidade da tarde já se notava e ainda deu para apanhar as primeiras pingas do dia. De seguida descemos para a Cruz das Jogadas, onde deixei o Claude e o Jean com o Zé Vaz e o Fael. "Varri" o caminho até Manteigas e comecei a ultima subida. Entretanto o Bruno Claro (o motard de serviço) apanhou-me e disse-me para descer a Manteigas que tinha o Zé Vaz à espera. Eu já tinha muito atraso para os "novos" últimos e ele ia fazer esta parte do percurso de mota para eu já nos piornos entrar no fim da corrida assim que ele passasse. Fui com o Zé Vaz para cima e a verdade é que com o andamento que tivemos até ali eu tinha cerca de hora e meio de atraso.
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
Com pena "safei-me" da ultima grande subida, mas ao entrar novamente na corrida nos Piornos, não me safei do granizo que caiu durante a descida para Unhais da Serra. As pernas ficaram bem "picadas" durante a descida.
Mas na chegada a Unhais tinha à minha espera a melhor recepção do dia.......
Dia 4: Unhais da Serra - Monfortinho
Depois de uma noite bem dormida em Unhais da Serra, iniciámos o quarto dia de prova com um dia bastante soalheiro.
A primeira paragem foi feita logo no primeiro km. Assim que o grupo saiu, o Sam Brovender deu-se conta ao chegar ao primeiro cruzamento que o gps tinha caído algures no caminho. Voltamos atrás e lá o encontrámos. Seguimos os dois, mas nos primeiros kms a sair de Unhais da Serra o caminho era muito pedregoso e fiquei para trás pois a minha Lolita estava a dar muito coice. Tanto coice que me enganei no caminho e lá tive de voltar atrás por este não ter saída.
Foi na primeira rampa do dia que me é bem conhecida, que fiz a segunda paragem desta vez por causa de um furo de outro atleta. Esta linda rampa sai das Taliscas na direcção do marco geodésico Pedra Alta. Sempre aqui aqui passo lembro-me de uma famosa e bonita "investida" que fizemos a Gardunha e à Estrela que teve este "bico" no sentido contrário, as duas serras para atalhar caminho.
Durante a subida ainda apanhei mais companhia, na descida do corta fogo, ainda me cheguei ao Herman e em grupo chegámos ao primeiro CP, às portas do Fundão.
A Covilhã o Fundão iam ficando cada vez mais para trás e sempre a pedalar com o Herman, fiz-lhe as "honras" da casa, não fosse esta zona outro dos meus quintais.....
(Foto: Agnelo Quelhas)
A primeira paragem foi feita logo no primeiro km. Assim que o grupo saiu, o Sam Brovender deu-se conta ao chegar ao primeiro cruzamento que o gps tinha caído algures no caminho. Voltamos atrás e lá o encontrámos. Seguimos os dois, mas nos primeiros kms a sair de Unhais da Serra o caminho era muito pedregoso e fiquei para trás pois a minha Lolita estava a dar muito coice. Tanto coice que me enganei no caminho e lá tive de voltar atrás por este não ter saída.
Foi na primeira rampa do dia que me é bem conhecida, que fiz a segunda paragem desta vez por causa de um furo de outro atleta. Esta linda rampa sai das Taliscas na direcção do marco geodésico Pedra Alta. Sempre aqui aqui passo lembro-me de uma famosa e bonita "investida" que fizemos a Gardunha e à Estrela que teve este "bico" no sentido contrário, as duas serras para atalhar caminho.
Durante a subida ainda apanhei mais companhia, na descida do corta fogo, ainda me cheguei ao Herman e em grupo chegámos ao primeiro CP, às portas do Fundão.
A Covilhã o Fundão iam ficando cada vez mais para trás e sempre a pedalar com o Herman, fiz-lhe as "honras" da casa, não fosse esta zona outro dos meus quintais.....
Assim que cheguei com o Herman aos Enxames, apanhamos o Claude. A partir daqui o Herman pirou-se na subida seguinte e assim fiquei com o Claude Dabaliz.
Depois da subida, fomos rolando por um terreno seco que de vez em quando reservava algumas surpresas. Uma delas fez-me ir ao tapete. Uma armadilha de lama que ao entrar nela com alguma velocidade, a fugir do lamaçal principal, "sugou-me" a roda da frente deixando a bicicleta em pé, presa ao chão e eu aterrei na lama à frente dela.
Passamos o check point com tempo de sobra e rumámos a Monsanto.
Como é boa prática nesta zona, quando se vai a Monsanto tem de se subir por alguma calçada e descer por outra. A Transportugal, não fugiu à regra como era de esperar.....
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Agnelo Quelhas)
Calçadas..... ainda em Outubro passado, na ultima edição dos Trilhos da Raia, fiz esta parte das calçadas em sentido contrário. E por acaso no fim do mês vai um grupinho jeitoso passar por aqui outras vez, mas com outro destino e a seguir outras marcas ;)
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
Apesar da subida da calçada ter custado bastante ao Claude, pois tive de ir andando e esperar por ele assim que encontrei o Zé Vaz. O ultimo check point do dia colocado logo no fim da descida em calçada, onde estava o Fael, passamos com tempo de sobra. Estava tudo encaminhado para acabarmos o dia mais cedo que o normal.
Mas tivemos um pequeno contratempo.....
Já com Penha Garcia mesmo ao nosso lado e um pouco antes de chegarmos a Monfortinho o Claude teve uma queda aparatosa e estivemos bastante tempo parados para ele recuperar do susto e de algumas mazelas.
Penha Garcia
Penha Garcia
Fizemos os últimos kms ainda com mais calma e liguei para o Ricardo para estar à nossa espera, pois acredito que da boca do Claude não saísse uma palavra sobre o tombo que mandou.
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Agnelo Quelhas)
Chegámos e Ricardo encarregou-se do Claude. Mas chegámos mais uma vez muito tarde e na foto pode estar uma piscina, mas ainda não foi desta que depois do pedal fui à água sem ser do chuveiro.
Dia 5: Monfortinho - Castelo de Vide
O quinto dia de prova era um dia de "descanso" com 140 Kms. Chamaram-no de descanso devido à ausência de grandes subidas. Somente tinha uma assinalar, na chegada a Castelo de Vide.
(Foto: Pedro Cardoso)
O grupo saiu com um andamento moderado que deu para acompanhar bem. Mas depois da aldeia de Torre, onde há dois anos aqui se fez uma prova de Ori-BTT, apanhei o José Pereira com um pneu rasgado, ainda nem 10 Kms tínhamos feito.
Quando cheguei ao pé dele estava inconformado com o acontecimento, pois também não tinha rede no telemóvel. Liguei para o Zé Carlos trazer um pneu e depois de reparado, nem sequer o tentei acompanhar, pois seria muito difícil dado o andamento. O José estava nos primeiros 20 da classificação geral e contou que estava a fazer uma prova muito boa com regularidade, daí o estar aborrecido.
Continuei sozinho rumo a Alcafozes, onde está "estacionado" um dos velhinhos Cesna T-37 da esquadra de de acrobacia da Força Aérea Portuguesa, Asas de Portugal.
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
Assim que passei a Sra do Almortão avistei Idanha-a-Nova, mas a cauda da corrida, nem vê-la. É o que dá quando estamos parados meia hora por causa de um de lá da frente.
Idanha-a-Nova à vista
Estava com quase 50 Kms feitos, liga-me o Alfredo "Brutus" Saboga a fizer que no segundo check-point no Ladoeiro o ultimo já tinha passado há algum tempo. Decidimos que seria melhor ele me pôr no fim da corrida no Brutus Mobile.
Brutus e Alfredo
Com a Lolita desmontada dentro do Brutus, ao som de Korn só chegámos à cauda da corrida passados quase 25 Kms, assim que o percurso deixa as margens do Rio Ponsul e começa a subir para Lentiscais.
Estes 25 Kms podem não ter custado nada a fazer, mas a verdade é que gastei a bebida isotónica toda, pois a Lolita verteu-a toda lá dentro, quando ia virada do avesso.
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
A partir desta altura fiz o resto do percurso com o Nuno Fernandes. Esta parte do percurso era conhecida para mim, pois já no ano passado ajudei com mais uma malta da Guarda a fazer o reconhecimento da etapa.
Após 30 Kms, chegamos num andamento certinho a Vila Velha de Rodão. Estávamos com 105 Kms aproximadamente e faltavam os últimos 40. A Beira Baixa ia ficar para trás e esses 40 Kms já eram de Alentejo.
Após 30 Kms, chegamos num andamento certinho a Vila Velha de Rodão. Estávamos com 105 Kms aproximadamente e faltavam os últimos 40. A Beira Baixa ia ficar para trás e esses 40 Kms já eram de Alentejo.
Portas de Rodão
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
Estes primeiros Kms de Alentejo, ainda é de um Alentejo beirão. Esta parte à beira do Rio Tejo é verdadeiramente deslumbrante, mesmo muito bonita..... e mesmo quando deixamos de ver o Tejo, a beleza do percurso prevalece.
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
Sempre com o Nuno até Castelo de Vide, o percurso era praticamente rolante, mas na verdade ia-se subindo pouco a pouco. Somente a referir uma rampa (corta-fogo) de uns míseros 200 antes de chegar a Salavessa, que só dois ou três lá da frente subiram montado.
E para terminar em beleza estes 145 Kms, nada como entrar em Castelo de Vide pela bonita calçada até ao castelo. Valeu a pena....
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
Chegamos ao cimo de Castelo de Vide e esperavam-nos dois rapazes ao contrário do que tinham dito no briefing no dia anterior. Um deles fez o apontamento do tempo de chegada e deu como encerrada a etapa e o outro registou o momento da chegada.
O Nuno Fernandes e eu na chegada a Castelo de Vide (foto: Bruno Claro)
Curiosidade do dia..... neste dia fui eu que furei, a sorte é que foi 500 metros depois da meta :)
Outra curiosidade..... um dos "meninos" que tiveram perna para subir a tal rampa a pedalar, caiu nesta etapa e partiu o selim, obrigando assim a fazer, muitos e muitos kms sempre.... em pé.
Os manos Dohmen
Dia 6: Castelo de Vide - Monsaraz
O dia que ligou Castelo de Vide a Monsaraz, adivinhava-se difícil por duas razões. A primeira é que os primeiros 30 Kms eram "lentos" e bastante técnicos que fariam questionar se haveria tempo para cumprir a etapa até ao fim. A segunda era mesmo o facto de ser a etapa mais longa desta edição da Transportugal Garmin, ou seja, 165 Kms.
(Foto: Pedro Cardoso)
Iniciamos o dia com um andamento muito bom e certinho. O segundo Km desta etapa já era a subir e em calçada. Mas logo na primeira descida fui obrigado a parar, muito tempo. A culpa desta vez foi do canadiano John Nutbrown, conhecido entre os participantes pela combinação da sua "loucura" com o excelente domínio nas descidas mais técnicas e difíceis.
(Foto: Pedro Cardoso)
Esta paragem resultava de mais um pneu rasgado e uma roda traseira em muito mau estado. Confesso que nunca tinha visto uma roda XTR em tão mau estado. O rasgão era no pneu da frente, mas a roda de trás tinha tamanho empeno que ia de uma escora à outra.
Pela terceira ou quarta vez nesta Transportugal, chamei pelo Zé Vaz para trazer um pneu novo. Assim que o pneu foi trocado, o John fugiu, mas fugiu muito depressa....
Esta etapa passava por uma localidade que eu tinha curiosidade em conhecer, passou em Alegrete. Uma pequena povoação do interior alentejano com uma fortificação que vale a pena visitar.
Castelo de Alegrete
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
Cheguei ao primeiro check-point, logo a seguir a Alegrete, mas ainda faltava passar um atleta, nada mais, nada menos que o nº 300, John Nutbrown. Ainda esperei algum tempo naquele posto para tentar perceber porque razão não passei por ele, já que ele estava para trás.
Foi decidido que eu devia continuar e logo entravam em contacto comigo para "acertar" contas. Ao pedalar nesta zona dava para perceber as marcações para a maratona de Portalegre a realizar no sábado seguinte.
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
Enquanto pedalava sozinho, recebi a informação que o John tinha aparecido. Não o vi, pois ele saiu do percurso, voltou a furar e andou "perdido" em alcatrão até chegar ao check-point. Como ele já não estava em prova, fui andando até me apanharem pois com estas demoras eu estava com alguma distância da cauda da corrida.
O dia de hoje, além dos Kms tinha outra particularidade. Passávamos por inúmeros terrenos com gado o que obrigava a parar para abrir cerca, passar e fechar cerca. Só nesta etapa entre o Km 50 e o 150 tinhamos 36 cercas para ultrapassar. Pensava que a cauda da corrida estava longe, mas mal entrei na pick-up do Zé Vaz saí logo, pois fomos um pouco a frente encontrar o Nuno Fernandes à procura do GPS. Já o Zé Vaz lhe tinha emprestado um GPS para continuar a prova, apareceu no caminho o até então desaparecido. O Nuno, contente por um lado pelo GPS ter aparecido, mas chateado por ter perdido ali meia hora continuou em prova e eu segui com ele.
Passamos à beira de Elvas e em Vila Boim com quase 100 Kms, fizemos uma paragem estratégica para atestar de água e comer mais qualquer coisa para o caminho.
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
Entretanto tinha reparado que ia passar em São Romão, aldeia da minha amiga Rosa. Mandei-lhe pelo caminho um sms e foi engraçado que veio ao nosso encontro. Não deu para parar, mas deu para conversar um bocadinho enquanto ela de carro nos acompanhou durante cerca de 1 Km, até entrarmos novamente em terra batida.
As barreiras psicológicas iam sendo ultrapassadas. Estávamos com 110 Kms e já só faltavam 55.
Entretido na conversa com o Nuno, os Kms foram-se fazendo, com o abre e fecha das cerca também ajudavam a distrair e logo logo chegámos a zona da albufeira do Alqueva e de seguida a Mina do Bugalho, Rosário, Ferreiras, Montes Juntos, Cabeça de Carneiro, Aldeia do Outeiro e já com Monsaraz à vista o Convento de Orada em Telheiro.
Alqueva
Alqueva
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
Chegamos ao convento com 160 Kms, faltavam os últimos 5 que incluíam a subida a Monsaraz pela calçada como não podia deixar de ser.
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
Para mim e para o Nuno, o dia a pedal, acabou quase 12 horas depois de ter começado. Saímos de Castelo de Vide às 8:30 e cruzamos a meta situada já depois de Monsaraz quase as 20:30.
Dia 7: Monsaraz - Albernoa
O dia começou com pouco tempo para recuperar do dia anterior. A etapa do dia anterior, acabou tarde e como a minha dormida era a 20 Kms do local de Meta/Partida só me deitei depois da uma da manhã (super tarde) e levantei-me super cedo, às 7:00 já estava a tomar o pequeno almoço para antes das 8:00 estar novamente junto ao local de partida.
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
A etapa de hoje podia ser daquelas para "descansar", mas não deixavam de ser 143 Kms.
Para ajudar, a etapa começou com um ritmo tudo menos tranquilo. O grupo saiu em pelotão ficando para trás o Nuno e o Pedro que geriam o desgaste do dia anterior de outra forma. Mesmo assim ao fim da primeira hora de pedal, nós os três estávamos a fazer média de 25 Km/h. Lá na frente, nem imagino, a média pois fugiram e depressa.....
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
Para ajudar ao dia, o Rio Ardila que iríamos passar por agua estava com caudal a mais para esta altura do ano, o que fez com que o director de prova alterasse o percurso pela Amareleja, terra alentejana conhecida pelas elevadas temperaturas que regista no Verão. Com este acrescento, o dia iria acabar com mais de 150 Kms.
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
O terceiro check-point do dia estava marcado em Pias, esta bem conhecida pelo produto da sua cooperativa agrícola.
Ainda lá parei à porta, mas confesso que a uma altura destas não trocava a água da fonte que estava mesmo à porta por nada da vizinhança.
Uns Kms mais à frente apanhamos o Claude e fiquei com ele, mas não passou a tempo no check point o que me deixou novamente sozinho. Apressei-me um pouco para ver se arranjava novamente companhia e passados poucos Kms estava novamente com o Nuno. Sempre a rolar na planície alentejana, entre caminhos de terra e os "braços" da albufeira da Barragem do Alqueva, fomos os dois até ao fim da etapa que acabou nos arredores de Albernoa.
Oitavo dia de Transportugal. Os últimos dias têm custado no inicio e têm sido mais fáceis no fim. Sensação a que não estou habituado a ter, ou seja, custam os primeiros 60 ou 70 Kms e depois disso até podem vir mais 100 :)
Mais umas rampas e entramos na zona do parque eólico Lagoa do Jardim, aqui levávamos como companhia dois sul africanos, um deles em dificuldades. Foi a primeira vez que andaram com o vassoura.
Mas os últimos 30 Kms da etapa, os últimos do dia, os últimos da semana, os últimos da Transportugal Garmin 2011, foram feitos a rolar quase sempre acima dos 30 Kms/h, mesmo com vento de frente. O fim estava próximo e aqui já se vai buscar força a todo lado. Eu bem vi pela dificuldade destes companheiros que apesar de estar a custar, pareciam pedalar, pedalar, para acabar de vez com o sofrimento.
Passamos à frente do forte e serpenteamos a falésia até descer para a praia onde estava a ultima meta da Transportugal deste ano. Foi excelente todo o ambiente à volta deste final. Um dos meus companheiros do final teve uma reacção curiosa que demonstra o esforço e o todo o ambiente vivido ao longo da semana, como assisti com ele ao sofrimento dos últimos 30 Kms, dirigiu-se a mim e disse "Thank you for bringing me home".
Claro que o resto da tarde serviu para inaugurar a época balnear. Até aqui o serrano, que nada como o prego, foi à agua. Uma certa nostalgia pairava no ar, pois estava a acabar .....
À noite realizou-se o jantar de confraternização e entrega de prémios em ambiente de saudável convívio entre todo o grupo. No fim de chamarem todos os participantes, e atribuídos os jerseys de finisher da Transportugal Garmin 2011, chamaram dois membros do staff que não foram finishers oficiais, mas acabaram por fazer todo o percurso de outra forma, um foi sempre o primeiro e o outro foi sempre o ultimo. Um deles foi o amigo Bruno Claro que foi o motard de serviço e todos os dias era o primeiro a sair bem cedo, para verificar se não havia surpresas no percurso. O outro fui eu, Tiago Lages que apesar de não ser totalista dos 1160 Kms pouco faltou para os fazer.
Um muito obrigado à equipa Ciclonatur, Zé Carlos, Alfredo Saboga, Tiago Fonseca e especialmente ao António Malvar que me proporcionaram esta fantástica experiência. Sem esquecer o amigo Rui Sousa que me apresentou esta equipa magnifica no ano passado a propósito das provas Geo-Raid.
Obrigado a todo o staff da Transportugal por esta semana em cheio, obrigado a todos os atletas principalmente aos que me fizeram companhia :)
Obrigado aos que me "acompanharam" durante a prova através do "tracker" que permitia acompanhar a prova em directo. Obrigado a todos pela, força, pelas mensagens e pela preocupação (principalmente do meu pai) quando por vezes eu ficava parado muito tempo no monitor ;)
Obrigado Agnelo Quelhas e Pedro Cardoso por estas fantásticas fotos oficiais que permitiram que o relato desta vassourada tivesse cor. Podem ser encontradas mais fotografias na galeria do site da Transportugal.
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
Dia 8: Albernoa - Caldas de Monchique
Oitavo dia de Transportugal. Os últimos dias têm custado no inicio e têm sido mais fáceis no fim. Sensação a que não estou habituado a ter, ou seja, custam os primeiros 60 ou 70 Kms e depois disso até podem vir mais 100 :)
Não tenho duvidas que o pouco tempo para recuperar de um dia para o outro sem qualquer massagem, ajudam a que me sinta assim durante o dia.
Se há dois anos quando fiz com o Coelho e o Mané a Transpirenaica, achava que apesar da carga e da dificuldade do percurso, o sucesso se deu ao tempo que destinávamos ao descanso e a recuperação, agora tenho a certeza que foi a razão principal por termos feito esses 15 dias com uma perna às costas.
Estes últimos dois dias tive sempre uma companhia de peso. A cara metade da Ana Azevedo, o Alfredo que já fez a Transportugal por 3 vezes, uma delas também a vassourar, "vassourou" comigo estes últimos dias de prova.
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
A "facilidade" desta etapa enganava um pouco, pois a parte mais difícil destes 140 Kms vinham só depois dos 100.
Engarrafamento
Curiosos.... todos muito curiosos....
Partimos em direcção à barragem do Monte da Rocha sem grandes dificuldades. A única dificuldade foi só duas nuvens que tinham escrito Tiago e Alfredo. Estavam destinadas a nós, pois mais ninguém chegou molhado ao primeiro check point.
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
Entre um denso arvoredo no meio de uns sobes e desces, chegamos ao segundo check point da etapa, onde deixamos o Claude que tínhamos acabado de apanhar. Entrámos depois numa zona lindíssima nos arredores da barragem de Santa Clara que acabamos por contornar.
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
Um pouco depois passamos pela aldeia de Santa Clara.
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
No terceiro check point da etapa onde estava o Ricardo, paramos para ajudar as manobras do camião e comer alguma coisa. Tínhamos a informação que o Nuno tinha passado à menos de 10 minutos e como era o mesmo tempo que nos levava de avanço no segundo check point onde estava o Fael, assumimos que estava tudo controlado.
Estávamos prestes a entrar na zona difícil do dia, mas as pernas estavam agora no "ponto". A famosa e longa rampa para a Portela da Brejeira foi feita sempre montado e a segunda subida já com 120 Kms nas pernas estava a ser feita a bom ritmo.
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
Foi então que apareceu o Zé Vaz e avisou que o Nuno já levava mais do que os 10 minutos de avanço, além de nós estarmos a progredir relaxados, o Nuno com receio de não passar a tempo o ultimo check point acelerou o ritmo e bem.... Entrei na pick-up com o Alfredo e passados 5 Kms de subida ali estava o Nuno. Acompanhei o ritmo e passado mais uns kms de subida apanhámos o Jean François que apesar de estar a sofrer, estava muito mais animado do que o dia que o apanhei na Serra da Estrela a querer desistir.
(Foto: Agnelo Quelhas)
Depois de subir o que faltava, a descida para as Caldas de Monchique foi uma agradável e "curtida" descida nos intervalos dos troços de asfalto. Já víamos o mar.....
Dia 9: Caldas de Monchique - Sagres
Finalmente um dia com menos de 100 Kms, só teve mesmo 99. E mesmo sendo a etapa final, para fazer rapidamente e sem descansos, teve subidas que só mesmo a pé e descidas que também a bicicleta foi às costas.
(Foto: Agnelo Quelhas)
Arranquei com o Alfredo e a saída teve logo umas mini-rampas dignas de formar várias procissões. A primeira paragem foi logo na descida seguinte. Mas o companheiro da equipa dos Galitos resolveu rápido o problema e apressou-se a apanhar o grupo da frente.
Continuamos nas calmas e quando estávamos com mais 20 Kms apanhamos o Paulo Marques encostado à berma a resolver o problema. Até aqui, estes eram problemas em BTTistas "desenrascados". O Paulo resolveu rápido o problema, estava com mais pressa que os outros dias de prova, pois no fim da etapa tinha a esposa e o filho à espera.
Nem 1 Kms fizemos depois de seguirmos com o Paulo e apanhamos o Claude com um furo. Que resolveu, mas ao chegar ao check point da Ana e da Marta, já estava novamente furado, sem remendos e sem câmara de ar. Ligámos para a "assistência em viagem" da prova e apareceu o Zé Vaz. Com as dicas do Zé Carlos, metemos uma câmara de ar roda 26, numa roda 29, colocamos o Claude na pick-up pois já tínhamos perdido muito tempo e fomos de boleia até à cauda da corrida. Eu e o Alfredo ficamos, mas o Claude foi transportado lá mais para a frente.
Facto curioso, foi termos apanhado um atleta nosso dentro do track numa zona de alcatrão, quando o check point já estava fechado e todos tinham sido controlados. Paramos e ele até se mostrou surpreendido por estar no percurso. Ele tinha-se sentido mal de manhã com um joelho e decidiu não fazer a etapa, mas iria por alcatrão até Sagres, daí o não estarmos a contar com ele. Por curiosidade perguntou-nos a que Kms estávamos na prova, ao que lhe respondemos que estávamos 35 Kms. Ele que se queria poupar e ir directo para Sagres já levava 55.
A meio da etapa, já pedalávamos nas falésias à beira mar. Andar a pé nesta etapa era obrigatório, pois o percurso incluía atravessar a praia do amado.
Continuamos nas calmas e quando estávamos com mais 20 Kms apanhamos o Paulo Marques encostado à berma a resolver o problema. Até aqui, estes eram problemas em BTTistas "desenrascados". O Paulo resolveu rápido o problema, estava com mais pressa que os outros dias de prova, pois no fim da etapa tinha a esposa e o filho à espera.
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
Nem 1 Kms fizemos depois de seguirmos com o Paulo e apanhamos o Claude com um furo. Que resolveu, mas ao chegar ao check point da Ana e da Marta, já estava novamente furado, sem remendos e sem câmara de ar. Ligámos para a "assistência em viagem" da prova e apareceu o Zé Vaz. Com as dicas do Zé Carlos, metemos uma câmara de ar roda 26, numa roda 29, colocamos o Claude na pick-up pois já tínhamos perdido muito tempo e fomos de boleia até à cauda da corrida. Eu e o Alfredo ficamos, mas o Claude foi transportado lá mais para a frente.
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
Facto curioso, foi termos apanhado um atleta nosso dentro do track numa zona de alcatrão, quando o check point já estava fechado e todos tinham sido controlados. Paramos e ele até se mostrou surpreendido por estar no percurso. Ele tinha-se sentido mal de manhã com um joelho e decidiu não fazer a etapa, mas iria por alcatrão até Sagres, daí o não estarmos a contar com ele. Por curiosidade perguntou-nos a que Kms estávamos na prova, ao que lhe respondemos que estávamos 35 Kms. Ele que se queria poupar e ir directo para Sagres já levava 55.
A meio da etapa, já pedalávamos nas falésias à beira mar. Andar a pé nesta etapa era obrigatório, pois o percurso incluía atravessar a praia do amado.
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
Mas os últimos 30 Kms da etapa, os últimos do dia, os últimos da semana, os últimos da Transportugal Garmin 2011, foram feitos a rolar quase sempre acima dos 30 Kms/h, mesmo com vento de frente. O fim estava próximo e aqui já se vai buscar força a todo lado. Eu bem vi pela dificuldade destes companheiros que apesar de estar a custar, pareciam pedalar, pedalar, para acabar de vez com o sofrimento.
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
(Foto: Agnelo Quelhas)
Passamos à frente do forte e serpenteamos a falésia até descer para a praia onde estava a ultima meta da Transportugal deste ano. Foi excelente todo o ambiente à volta deste final. Um dos meus companheiros do final teve uma reacção curiosa que demonstra o esforço e o todo o ambiente vivido ao longo da semana, como assisti com ele ao sofrimento dos últimos 30 Kms, dirigiu-se a mim e disse "Thank you for bringing me home".
A ultima pedalada (Foto: Pedro Cardoso)
O primeiro e o ultimo (Foto: Pedro Cardoso)
O grande mentor de tudo isto António Malvar (Foto: Pedro Cardoso)
Claro que o resto da tarde serviu para inaugurar a época balnear. Até aqui o serrano, que nada como o prego, foi à agua. Uma certa nostalgia pairava no ar, pois estava a acabar .....
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
(Foto: Pedro Cardoso)
À noite realizou-se o jantar de confraternização e entrega de prémios em ambiente de saudável convívio entre todo o grupo. No fim de chamarem todos os participantes, e atribuídos os jerseys de finisher da Transportugal Garmin 2011, chamaram dois membros do staff que não foram finishers oficiais, mas acabaram por fazer todo o percurso de outra forma, um foi sempre o primeiro e o outro foi sempre o ultimo. Um deles foi o amigo Bruno Claro que foi o motard de serviço e todos os dias era o primeiro a sair bem cedo, para verificar se não havia surpresas no percurso. O outro fui eu, Tiago Lages que apesar de não ser totalista dos 1160 Kms pouco faltou para os fazer.
Um muito obrigado à equipa Ciclonatur, Zé Carlos, Alfredo Saboga, Tiago Fonseca e especialmente ao António Malvar que me proporcionaram esta fantástica experiência. Sem esquecer o amigo Rui Sousa que me apresentou esta equipa magnifica no ano passado a propósito das provas Geo-Raid.
Obrigado a todo o staff da Transportugal por esta semana em cheio, obrigado a todos os atletas principalmente aos que me fizeram companhia :)
Obrigado aos que me "acompanharam" durante a prova através do "tracker" que permitia acompanhar a prova em directo. Obrigado a todos pela, força, pelas mensagens e pela preocupação (principalmente do meu pai) quando por vezes eu ficava parado muito tempo no monitor ;)
Obrigado Agnelo Quelhas e Pedro Cardoso por estas fantásticas fotos oficiais que permitiram que o relato desta vassourada tivesse cor. Podem ser encontradas mais fotografias na galeria do site da Transportugal.
5 comentários:
Belo relato de uma bela semana. O ano passado fui eu a fazer o teu papel e concordo totalmente em que o mais duro e a falta de descanso e as horas a fio em cima do selim a um ritmo que não e o nosso tem o seu efeito... De qualquer uma experiência inesquecível, espero que tenha deixado o bichinho para a fazer "a contar".
Ao "beber" do espírito desta prova, fica-se sempre com esse bichinho :)
Abraço
Grande Reportagem!
As boas descrições aliadas ás panorâmicas fotográficas deram a sensação de quase estar lá a pedalar.
Deve ter sido uma experiência e tanto.
Digo mais: Quem disse que não é um privilégio ser-se um "Vassoura" ?? ;)
Boas pedaladas!
Sem duvida que ser-se vassoura é um privilegio. Ao fim da volta, trazemos muito mais coisas para casa :)
Abraço
Tiago Lages
Que grandes dias de BTT!!! Muito bom relato.... a aventura deve ter sido brutal...inesquecível???
Abraço
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