Bonita atividade, a deste fim de semana. O percurso podia ter sido feito num só dia? Podia, mas seguramente não era a mesma coisa.
Muita "ginástica" foi feita por alguns para que pudessem participar neste passeio. Desde esquemas de comboio a dormidas em Viseu, etc... a tudo se recorreu para que no sábado o grupo estivesse bem composto. É bonito de ver todo o esforço e a entreajuda destes amigos, para que no fim as coisas se realizem e consigam estar presentes. Aqueles que por exemplo só puderam aparecer um só dia, tiverem de fazer vários planos e resultaram. Só o Nuno à ultima hora não pode alinhar. Infelizmente pelos piores motivos, mas não deixou de nos dar uma mãozinha preciosa na logística.
Muita "ginástica" foi feita por alguns para que pudessem participar neste passeio. Desde esquemas de comboio a dormidas em Viseu, etc... a tudo se recorreu para que no sábado o grupo estivesse bem composto. É bonito de ver todo o esforço e a entreajuda destes amigos, para que no fim as coisas se realizem e consigam estar presentes. Aqueles que por exemplo só puderam aparecer um só dia, tiverem de fazer vários planos e resultaram. Só o Nuno à ultima hora não pode alinhar. Infelizmente pelos piores motivos, mas não deixou de nos dar uma mãozinha preciosa na logística.
O dia começou cedo e o grupo reuniu-se no Sabugueiro às 9:00 para dar inicio à travessia que tinha como mote o Rio Alva.
O rio que nos trouxe aqui, nasce no Sabugueiro, mas precisamente junto à ponte da estrada nacional, onde a Ribeira do Covão do Urso e a Ribeira da Fervença se unem e dão origem ao bonito Rio Alva. Vários desafios se podiam ter proposto à partida, um deles poderia ser e muito bem contar o numero de praias fluviais que no apareceriam pelo caminho.
Rapidamente entrámos em terra....
... e rapidamente chegámos a um primeiro açude e um canal de agua que tem como destino uma das centrais hidroeléctricas que aproveitam as potencialidades do Rio Alva na Serra da Estrela.
Estava planeada uma visita muito interessante. Iríamos ficar a perceber como funciona todo este aproveitamento hidroeléctrico do vale do Alva, desde a Lagoa Comprida. Melhor ainda desde a barragem situada no Covão do Meio.
No Museu Natural da Electricidade, localizado na Srª do Desterro (São Romão), fomos "matar" a curiosidade de como funcionavam estas centrais do construídas no inicio do século passado. Como chegamos antes da hora, ainda andamos por ali.....
Na entrada já podíamos encontrar algumas curiosidades.
A visita começou e bem. Logo à entrada o quadro dos "aproveitamentos" dão logo uma ideia para onde é conduzida a água, de onde vem e como vem.
Após as primeiras explicações, seguimos para a sala mais esperada, ou seja, onde se encontram as turbinas. Não me vou alongar com explicações até porque o museu merece a visita.
No dia anterior à nossa visita tinha sido inaugurada uma exposição temporária de rádios antigos. Penso que vai estar ali presente até Outubro. Nós já a vimos! Deixo a foto abaixo com o meu preferido que com a explicação do Zé ainda fiquei mais fascinado com esta preciosidade.
Para terminar visionamos um pequeno video, que nos deixou de boca aberta em várias alturas. Isto porque nos apercebemos do quando eram duras as construções destes açudes, barragens, centrais, postes, etc....
E assim gastamos hora e meia do nosso dia de pedal. Que tempo mais bem passado, pois enquadrou-se perfeitamente no passeio que estávamos a praticamente começar.
Querem saber a história desta placa??
Apesar de termos muito poucos quilómetros percorridos, com o avançar da hora a malta já tinha fome. Comemos qualquer coisa e só depois voltámos a pedalar. Para re-começar em beleza, entrámos um bocadinho pela Mata do Desterro adentro.
Aqui continuámos à beira do rio em modo "singletrack" até chegarmos ao Santuário da Srª do Desterro.
De seguida fizemos um pequeno desvio pois iria valer a pena. O Alva a partir da Srª do Desterro desce vertiginosamente durante bastante tempo. Muitas das vezes em forma de cascata e não há praticamente caminhos que o possam acompanhar. A alternativa foi fazer um desvio rumo à Ribeira da Caniça. O que podemos encontrar aqui? Além do canal de agua que após ter sido turbinada na central Desterro II, encontramos também uma das antigas levadas que trazem agua desta ribeira para a câmara de carga situada mesmo por cima da Ponte de Jugais.
O caminho que liga o canal que vem da Srª do Desterro à levada da Ribeira da Caniça, é demasiado técnica para nós, e ainda por cima é a subir. Daí que tivemos de a fazer à mão.
O nosso caminho desde este ponto até à ponte de Jugais, estava bem definido. No entanto como estávamos mesmo ali à beira deste bonito canal que termina nos Cornos! Valia bem o desvio, mesmo que depois teríamos de regressar pelo mesmo caminho, pois fazer o caminho que há uns tempos tinha feito com o Koelhone estava fora de questão.
Apreciando as paisagens, fomos pedalando pelo caminho à beira do canal.
Chegados aos Cornos, muito quiseram tirar fotografias com eles. Mas a melhor foto de todas é mesmo a foto onde o grupo se junta para mais um registo.
Aqui estão eles!
Lá fizemos o caminho de regresso, para retomar o nosso percurso à beira do Rio Alva. Aqui as alternativas não são muitas e confesso que quando aqui andei pensei que neste ponto tivéssemos a vida mais complicada do que realmente esteve.
A saída do caminho desta levada até à Praia Fluvial da Lapa dos Dinheiros, não foi a desbastar mato, mas deu para plantar uma ou outra figueira. O caminho (talvez romano) desce-se como o Koelhone exemplifica ou como o Mané exemplificou quando aqui passámos os dois. Eu mantive a mesma técnica em ambas as vezes..... à mão.
E mas uma vez decidimos sair do caminho principal. Para quê? Para fazer um secundário. As fotos dão uma ideia de como é. Simplesmente bonito!
Esta ultima parte, digamos que foi demasiado técnica para toda a gente. Mais um ou outra figueira foi plantada neste terreno escorregadio, mas desta forma chegámos à central da Ponte de Jugais.
Aqui passa água que numa curta distância já foi turbinada 4 vezes (Lagoa Comprida, Sabugueiro, Desterro e Ponte de Jugais), se bem que só três "pertencem" ou tiram directamente agua do Rio Alva.
Mais um singletrack, mais um caminho 5 estrelas e chegámos à câmara de carga que antecede a central de Vila Cova à Coelheira.
Daqui a Vila Cova à Coelheira, fizemos caminhos largos, mas também encontrámos alguns mais estreitos.
A finalidade deste já nada tem haver com electricidade. Este é mesmo para regar.
Na praia fluvial de Vila Cova à Coelheira já apetecia uma paragem, mas decidimos adiar só mais um bocadinho. Neste passeio o critério não podia ser o de encontrar um sitio bonito à maneira, pois assim estaríamos a parar muitas mais vezes.
Saímos então da Serra da Estrela. Mas não foi por isso que a paisagem perdeu beleza. Alguns dos caminho passaram a ser dos mais convencionais, mas pelo meio havia sempre algumas surpresas.
Depois da subida que nos tirou de Vila Cova à Coelheira, sempre com olhos postos no rio, descemos para Sandomil. Esperava-nos uma paisagem lindíssima e uma paragem não menos espectacular.
Foi neste praia fluvial que fizemos a paragem alargada para o abastecimento tipo almoço. As mesas da esplanada estavam por nossa conta, para as bebidas frescas (sem ser agua) bastava dar dois passos até ao balcão. Apesar de estarmos no inicio de Abril, o calor estava a apertar.
Seguiram-se mais uns carreiros e assim serpenteamos o Rio Alva. Por várias vezes mudámos de margem, de forma a manter o objectivo de acompanhar o mais possível o curso do rio.
Em Penalva do Alva, não mudámos de margem e seguimos durante algum tempo pelo empedrado da aldeia, até o caminho começar novamente a estreitar. ;)
E foi em Santo António do Alva que enchemos novamente os cantis. Daqui a São Sebastião da Feira fizemos um pouco de asfalto. Somente entrámos em terra, para acompanhar a curva que o rio faz antes de "entrar" na aldeia.
Desde São Sebastião da Feira à Ponte das 3 Entradas foi um instante. De bom grado ficava por aqui no parque de campismo, até porque é um excelente local de apoio logístico para actividades nas redondezas. Já por aqui dormimos enquanto passámos em travessias Estrela/Açor, em actividades que conciliamos com a passagem da Volta a Portugal e em actividades onde juntámos o BTT à mítica subida do Monte Colcurinho (não em BTT, mas a correr). Uma, outra e mais outra.....
Monte Colcurinho
Na Ponte das Três Entradas, apanhámos um novo singletrack. Este foi mesmo um achado do fim de semana passado. Não é que tenha sido dificil de encontrar, pois passa por ali uma pequena rota e está marcada, mas a verdade é que desconhecia este caminho. Tendo em conta que a alternativa era asfalto, foi mesmo 5 estrelas.
Atenção que existe uma zona em que o caminho passa por um portão e mais parece que estamos a entrar em terreno privado. Não há crise. A verdade é que apanhei o portão aberto as duas vezes que ali passei. Desta ultima vez encontrei gente e foi-me explicado que o portão está mal colocado. O caminho é publico, apesar de não parecer.
Agora observem bem, o nosso percurso entre a Ponte das Três Entradas e Avô (a terra mais antiga de Portugal).
Bem bonito, não acham? E depois de Avô o caminho ainda continua mais um bocado. Acompanhamos sempre o rio e passamos bem perto da famosa praia fluvial e a ilha do Picoto que no Verão está sempre cheia de gente.
Temos sempre um bocadinho à mão à nossa espera, mas nada de especial. Faz-se bem, não é maçudo e até é bem bonito.
E de repente voltámos às vistas "largas" sobre o leito do Rio Alva. Circulamos sempre em terra até à Ponte de Vila Cova do Alva.
Por coincidência do outro lado do rio, ia um grupo de peregrinos para Fátima. A coincidência maior é que era um grupo da Guarda que por coincidência também já tinham reservado dormida no único sitio possível em Côja. Foi isto que nos levou a ficar em Arganil...
Deixámos Vila Cova do Alva e descemos pelo caminho da Fonte dos Passarinhos. Um pequeno carreiro que nos leva a outra ponte do sobre o rio, a ponte do Barril do Alva.
Não sei porquê, mas deste barril a malta não se entusiasmou muito. Não era de tinto, era de branco. Mas a verdade é que o grau era o mais adequado para um dia destes. Aqui despedimo-nos do Coelho que ainda rumou de bicla a Santa Comba Dão para apanhar o comboio de regresso à Guarda.
Em Côja fizemos a nossa ultima paragem para comer e beber. Depois de saciar a fome e a sede e de ouvir umas rimas de um trovador que tanta vontade teve em nos abordar seguimos o nosso caminho. No plano original teríamos terminado o dia aqui.
Saímos de Côja rumo a Arganil. Para não hipotecar a chegada a uma hora descente que desse para montar a tenda nas calmas, tomar banho e jantar fizemos um bocado em alcatrão. De Coja até às Secarias usámos a estrada municipal, mas existe caminho de terra um pouco mais abaixo. Nas Secarias voltámos à terra, até porque a estrada municipal vai na direcção de Arganil e nós tínhamos estipulado dormir no parque de campismo do Sarzedo (3 Kms desviado de Arganil).
O Alva continuou sempre bem perto de nós até ao final do dia. O campismo é mesmo à beira rio.
Montámos o acampamento, tomamos a banhoca, demos banho as bikes (a minha teve muita sorte desta vez, que agradeça ao amigo Kurralz), "distribuímos" os quartos e fomos jantar. Agradeço ao amigo Rui de Arganil que ajudou neste acerto de planos para Arganil.
Terminamos o dia em beleza. Que dia fantástico, bonito e animado. Acabamos suficientemente cansados para dormirmos que nem uns anjinhos tranquilos.
O dia seguinte por sua vez, amanheceu cinzento, húmido e com muito nevoeiro. Não estava frio, mas também não se pode dizer que estava propriamente agradável. Desmontamos tudo, preparamos o material e antes de nos fazermos ao caminho fomos à Arganil tomar o pequeno almoço. Ainda tivemos a oportunidade de estar com os amigos de Arganil que iam de bicicleta a caminho de Mortágua.
Tivemos a sessão fotográfica.
Primeiro a senhora da recepção quis tirar uma foto com o grupo e de seguida apareceu uma canadiana a dar uma ajuda com a sua maquina que simpaticamente nos enviou no dia seguinte.
O segundo dia da actividade não era tão rico, como o primeiro. Também teve a sua dose de beleza, de aventura, mas muitos menos singletracks. Os caminhos na maioria das vezes passavam por zonas de pinhal ou eucalipto, resumidamente era um percurso um pouco mais banal. Para isso contribuiu a albufeira da Barragem das Fronhas que estando na sua cota máxima, inundou a grande parte dos caminhos existentes à beira rio.
Por isso, durante algum tempo andamos a fazer um misto de terra e alcatrão. Até à barragem das Fronhas, o Mané já tinha dado a ajuda para excluir alguns através do reconhecimento que tinha feito.
Apesar da tendência ser de descida, não estivéssemos nós a caminho da foz, o dia de hoje passou muito por picar o ponto no rio e sair novamente. Um sobe e desce que nos foi consumindo as pernas, mas não a boa disposição.
Por vezes os caminhos eram assim e algumas vezes tivemos de mudar para o modo caminheiro, mas aos poucos íamos progredindo no terreno.
Na passagem pela Povoa da Rainha Santa a malta ganhou um novo alento. Não só tínhamos feito uma picadas das boas, mas como estávamos outra vez numa zona de asfalto.
Sempre que as descidas apareciam e entusiasmavam, estava garantida uma subida boa. O homem da marreta andou sempre à espreita, mas o pessoal foi enganando o individuo.
Depois do Picadouro e do Bufalhão chegámos à barragem das Fronhas. Como o caminho que íamos seguir tinha duas correntes à entrada, fizemos um desvio por asfalto até São Martinho da Cortiça, onde aproveitámos para a paragem estratégica. Seguiu-se a descida para a Ponte da Mucela, onde apanhamos novamente o caminho previsto.
No Carregal, tivemos um pequeno contratempo. O caminho pensado já não existia e estava completamente fechado. A alternativa foi atravessar um quintal com cuidado para não estragar e apanhar o caminho do outro lado da ribeira. Esta parte facilmente se evita.
Depois do Carregal, chegámos à praia fluvial do Vimieiro. Infelizmente as agua por estas bandas já não tem a cor que encontrámos no dia de ontem.
A praia fluvial seguinte foi a de Cornicovo.
A parte seguinte foi a mais chata, isto porque já praticamente no fim do passeio é que se complicaram as alternativas. Mas o nome da terra onde tudo se complicou explica tudo. A aldeia chama-se Beco! Não é que faça jus ao nome, mas coincidência ou não foi onde ficámos encurralados.
Depois de um sobe e desce e de repetir caminhos sem saída, decidimos por fim rumar ao Porto da Raiva por asfalto. Estávamos tão perto do fim e tivemos de dar uma "ganda volta" para chegarmos à foz do Alva.
Mas chegámos!!! À nossa espera já estava o Mané. O Ricky mais o Pissarra estavam a também a chegar.
Aí vem ele....
E lá chegou o Rio Alva ao Mondego (Foto: Lavajo)
Para terminar em beleza, faltou matar a sede à beira rio e dizer mais umas parvoíces, como já é costume.
Um fim de semana 5 estrelas com gente 6 estrelas como alguém disse.
O fim de semana terminou com a Super Vaca do Alva. Venha a próxima...
O track publicado foi efectivamente o realizado. No entanto deve-se ter em conta alguns pormenores para realizar este percurso e evitar alguns problemas:
- Na zona da albufeiras das Fronhas é possível fazer uma maior aproximação ao rio, mas há que ter em conta o nivel da agua, pois muitos caminhos estão submersos.
- No Carregal, optar por entrar mais cedo no caminho junto à aldeia.
- Para não ficar no Beco, uma boa alternativa é mudar de margem na praia fluvial de Cornicovo e rumar a Vale Maior / Miro.
3 comentários:
Muito bom.
Tiago,
Grande ideia! E grande volta!
O Rio Alva é belíssimo. Quando andava no liceu em Seia (ou melhor, na secção liceal do liceu Nacional da Guarda) íamos a correr à Sra. do Desterro tomar banho. Nem sei como é que vocês conseguiram passar para a ponte Jugais. Depois, até Vila Cova e Sandomil é muito bonito.
Mas o que achei curioso foi que o Alva nasce no Sabugueiro. Há muitos anos, com um amigo, subimos do Sabugueiro até ao Vale do Rossim pelo meio do rio, de pedra em pedra (ainda me lembro de teias de aranha gigantes entre os pedregulhos). E, até hoje, estava convencido que tinha subido do Sabugueiro até à nascente do Alva !!! Afinal, subimos uma das ribeiras que origina o Alva.
Abraço
João L.
Ola João
Apesar de poder dizer que conhecia bem o Rio Alva, este passeio foi uma surpresa em vários aspectos. Muitos trilhos à beira do rio, paisagens (menos frequentadas) fantásticas, o verde, as inúmeras praias fluviais, resumindo é um rio cheio de recantos mágicos (gosto de lhes chamar assim).
Desde a Srª do Desterro até Vila Cova à Coelheira, passando pela levada da Ribeira da Caniça, foi uma das grandes surpresas, pois imaginava andar em certas partes de bicicleta às costas. Até andámos, mas imaginava um cenário muito pior. Nesta zona andamos em pequenos "singles" e até numa via (aparentemente) romana que desce para as imediações da praia fluvial da Lapa dos Dinheiros.
Foi uma volta bonita, para repetir sem duvida alguma :)
Um abraço
Tiago Lages
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