Este fim de semana reeditou-se a travessia organizada em 2009 com saída da Guarda e passagem pela Serra da Estrela e Serra da Gardunha.
Desta vez o percurso era diferente e passaria no ponto mais alto de ambas as serras.
Sábado, juntou-se um bom grupo de sócios na sede do Clube de Montanhismo da Guarda para sair rumo a Unhais da Serra via Serra da Estrela. Da logística fazia parte outro "biciclista" o amigo Koelhone que na falta de disponibilidade para participar na actividade, foi deixar a Unhais da Serra o jipe com os nossos sacos e regressar a outros afazeres de bicicleta.
Saímos da Guarda pelo Parque da Saúde e descemos ao Caldeirão. Para abrir a pestana e substituir o café, como disse o Currais, começamos a subir a Corujeira, uma bela rampa de paralelos.
Normalmente subimos até à estrada e de seguida continuamos a subir até aos Trinta. Mas desta vez não a fizemos até ao fim, o Quelhas já nos tinha falado numa alternativa mais engraçada e fomos todos por lá até aos Meios.
Dos Meios seguimos por cima de Fernão Joanes. Passámos junto às conhecidas eiras, seguimos pela pista de motocross, Srª do Soito e lá chegamos ao planalto.
Apesar do dia quente, o calor não era em demasia, o que permitia desfrutar da actividade na perfeição. Céu bem azul, paisagens bem verdes graças ao generoso inverno que temos tido. Seguimos na direcção da Quinta do Fragusto.
Não fomos pelo sitio mais habitual, o da crista. Fomos antes pelo caminho que contorna este monte pela direita e que entra no pinhal do Fragusto, mesmo junto à mata. A imagem de baixo, não diz tudo...
A primeira paragem oficial para comes e bebes foi a seguir ao Fragusto, junto à levada de água fresquinha onde atestámos os cantis. Poderiamos ter contornado a Serra da Bois a Norte, ou mesmo seguir pelo caminho do Gorgulhão, mas o dia estava bom para voar e havia malta no seio do grupo que ainda não conhecia o "miradouro" da Azinha.
Malta a voar daqui é que nem vê-la. Ainda dei para os ver descolar na descolagem de escola mesmo em frente ao Vale da Amoreira, apesar do vento aqui nesta descolagem já ter uns bons ciclos para descolar. Provavelmente seriam os primeiros bafos do dia e a malta voadora ainda não tinha optado por subir aqui.
Próximo destino, portela do Sameiro. Aqui estamos na crista que separa duas bacias hidrográficas, a do Zêzere e a do Mondego. Viramos para a bacia do Mondego, seguindo no caminho que nos leva à Cruz das Jogadas. Daqui normalmente seguimos mesmo para lá, visitamos o Covão da Ponte, visitamos a Srª da Assedasse. Mas não é que o maldito alcatrão que a câmara da Gouveia veio ali deitar até fere a vista?!!? Não fomos à Assedasse, não fomos ao Covão da Ponte, era dia de fazer um pequeno desvio (pouco habitual e subida ao Corredor de Mouros).
E se valeu a pena.....
Que as vistas aqui são fantásticas já se sabia. Quem não sabia, facilmente adivinhava. Mas o caminho estava magnifico, as cores à beira do caminho e na paisagem à nossa volta estavam divinas.
Depois de uma pequena pausa junto ao "telefe" do Corredor de Mouros continuamos naquela caminho na direcção de outro "talefe", o São Lourenço.
Caminho bonito e bem divertido. É tudo isto juntando à excelente companhia que nos fazem desfrutar do dia a 100%.
A única coisa que nos deixa um "amargo de boca" são as faltas de respeito para com a Natureza, particularmente para com o Parque Natural da Serra da Estrela que de vez em quando é alvo de alguns descuidos.
Estas pertencem à Maratona de Manteigas 2013, realizada na semana anterior. Quero pensar que deste fim de semana não passam. Quero pensar que alguém da estrutura organizativa vai dentro em breve proceder à remoção desta lixarada que podia muito bem ser retirada no próprio dia da prova. Veremos.....
Deixamos as marcações para trás e fizemos mais uma pausa para aproveitar as vistas, a sombra e relaxar mais um pouco. A paragem foi na sombra de um carvalho junto à capela de São Lourenço.
Só esta sombrinha já vale ouro. Como diria um amigo que fiz na Transportugal, é nestas alturas que damos valor a muitos dos simples prazeres da vida. E é bem verdade! A imagem vale por muitas palavras....
Seguiu-se a descida para a Cruz das Jogadas e a consequente subida para a Pousada de São Lourenço. Também é normal daqui seguirmos por asfalto até ao Mondeguinho, mas estávamos numa de alternativas.
Assim, seguimos rumo ao marco Chão das Barcas que além de evitar alcatrão corta algumas curvas ao caminho.
Dado o avanço da hora, cada vez apetecia mais esta paragem. A dona Judite já só teve de perguntar quantas sandes eram e as bebidas fresquinhas e as verdadeiras sandes começaram a aterra na nossa mesa.
Como o pão era pequeno, esta acima era 1/3 de sandes. São ou não são bem servidas?? Vale ou não vale a pena fazer aqui uma paragem? Da Guarda temos uma grande vantagem. Quando aqui chegamos já temos alguns quilometros. A passagem já calha normalmente nas horas de almoço, daí que o sucesso seja maior. Duvido que se estivéssemos a passar aqui às 10:00 o apetite da malta fosse o mesmo.
Barriga cheia, companhia desfeita.
Depois do repasto, fomos encher os cantis com água à nascente do Rio Mondego. Em Coimbra deve-se ter notado no caudal.....
Seguimos até ao Vale do Rossim, onde encontrei umas caras conhecidas. A enfermeira Lídia e a família andavam no passeio e tinham escolhido um bonito local e um dia excelente para o fazer.
A parte pior de todo o percurso estava à porta. A ligação Vale do Rossim ao Lagoacho é dos caminhos mais massacrantes e chatos de fazer que conheço pela serra.
Do Lagoacho, apanhamos o caminho do canal que nos leva à estrada nacional.
A malta agrupou na chegada à estrada e seguimos em asfalto rumo à Torre.
Ou subimos muito rápido ou havia mesmo uma praga de mosquitos em algumas zonas. Foi a parte mais anti-social do dia, pois além de irmos mais espaçados, tínhamos todos de ir com a boca tapada tal era a quantidade de mosquitos no ar.
E mais uma vez.... chegámos!
Seguia-se uma longa descida até Unhais da Serra. Sempre pela estrada nacional até à Nave de Santo António e depois o caminho de Unhais.
Não chegamos cedo suficiente para o mergulho na praia fluvial. Mas chegamos a tempo de beber uma fresquinha logo na esplanada do Cortiço, onde encontrámos o Zé Luís e a Fernanda a quem fizemos companhia.
A jantarada foi ali mesmo. Depois do banho fresquinho na Terra da Senhora voltámos ao Cortiço para jantar. A paragem na praia fluvial foi à noite na esplanada.
Para pernoitar a simpática Associação Filarmónica Estrela emprestou-nos tecto do salão das festas. O pequeno almoço foi tomado mesmo ali ao lado. Calhou tudo muito bem com a dormida mesmo ali no meio da vila.
Domingo, juntou-se a nós em Unhais o Pedro De Sousa e mais à frente o João Pedro Currais. Se ontem, sábado o objectivo era a Estrela, este dia de domingo o objectivo era a Gardunha.
Saímos de Unhais da Serra, apanhamos o caminho à beira da ribeira e descemos para os lados da Quinta da Varzea.
Um contratempo no caminho fez-nos trocar de caminho. Outro contratempo, fez o Mané voltar ao jipe em Unhais enquanto nós seguimos viagem.
Nós subiríamos à Pedra Alta em terra a começar nas Taliscas e enquanto isso o Mané iria a Unhais e por asfalto, subiria ao alto da portela. Logo a seguir a Pedra Alta. Nem de propósito, resultou em cheio, pois praticamente chegamos todos ao mesmo tempo.
Na Pedra Alta não descemos o corta fogo para o Peso, mas sim pelos singles do Filipe. Alem de um ou outro andar por aqui de cangalhas, no fim houve quem comentasse, que o homem (o Filipe) merecia uma grade de cerveja. Filipe Roberto, logo te digo quem foi :)
Mas a queda aparatosa não foi dada nas zonas tecnicas daquele pinhal, foi dada a bom andamento em descida de caminho bom. Felizmente, o Joca não se aleijou. Eu bem digo que é rijo!!
Passamos o Rio Zêzere na ponte entre o Peso e o Pesinho e pelos caminhos agrícolas ali da zona (alguns asfaltados) seguimos rumo ao Fundão.
E foi no Fundão que fizemos a pausa da coca-cola, da sandes e do gelado. Estávamos à beira de entrar na Serra da Gardunha. E que entrada!!! Entramos pelo caminho das piscinas e para aproveitar a sombra (desculpas) e subir ganhar altitude mais depressa (mais desculpas) escolhemos o caminho que vai directo às portas de Alcongosta.
Assim que chegámos à estrada de alcatrão, foi só atravessar e subir. Em caso de duvida, a opção era mesmo subir.
Saímos então das sombras da Gardunha. Já bem altos, as paisagens daqui eram de arregalar a vista. A Serra da Estrela, marcava sempre presença ali ao lado e estávamos a ver a Cova da Beira de um lado que não estamos tão habituados.
O caminho ficou entretanto mais meigo, mais rolante e com a continuação da subida bem mais suave.
Chegamos então ao Carvalhal. Para quem não conhece a história destas terras, dê aqui uma olhadela na pagina da Junta de Freguesia do Souto da Casa. "O CARVALHAL É NOSSO!!!"
O resto da subida até às antenas foi feito por um caminho praticamente entupido de giestas. Caminho este que passei ainda no ano passado, mas que se encontra intransitável. Não tirei fotografias nas partes piores, pois estava sem paciência para tal.
O Mané ainda registou esta....
Para não repetir caminhos na ida e no regresso, não abandonamos esta subida.
Com algum sofrimento à mistura e com um perfume novo de giesta chegámos às antenas.
Tirámos a foto de grupo junto ao marco Gardunha, demos uma olhadela à nossa volta e iniciámos a descida. Se o caminho das giestas estava para trás, faltava o caminho das pedras. Foi feito a descer, mas não estava lá muito simpático.
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De novo no Carvalhal, chegámos à fonte que o João Pedro tinha falado. Aqui parámos mais um bocado. A malta aproveitou para comer e encher os cantis com agua fresca
Nestas bandas, os caminho acima da cota do Carvalhal deixam muito a desejar, mas abaixo desta cota, são autenticas auto-estradas de terra, bem rápidas por sinal.... isto porque a fizemos a descer.
Na ausência de caminhos planos para regressar a Unhais da Serra tínhamos dois montes a ultrapassar, a seguir ao Telhado e a seguir ao Barco.
Para não fazer asfalto nem repetir a passagem na ponte entre o Peso e o Pesinho, descemos aos Freixial e fomos ao Telhado. Fomos pelo caminho da fabrica e subimos "meia serra" até termos vista para o Rio Zêzere. Dali descemos ao Barco e foi ali que cruzamos o Rio Zêzere pela ultima vez.
Do Barco ao Paul fomos por asfalto e dali fomos directos por terra até Unhais da Serra, passando às portas da Erada.
Feita a ultima subida a malta queria uma fotografia e enquanto procurávamos sitio apareceu um BTTista amigo que nos fez esse favor.
O registo de um dia bem passado antes de terminar.
Faltava a subida à Terra da Senhora....
E ao muro das lamentações.....
Cada um com o seu, claro.
De todos o mais confortável ainda é o do Zé.
Um fim de semana bem passado. Obrigado a todos pela companhia e desculpem ter traçado o caminho uma ou outra giesta no caminho. O próximo fim de semana, não terá nenhuma. Prometo! :)
Dia 1 - Serra da Estrela
Dia 2 - Serra da Gardunha
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