De Vila Verde ao Gerês

A convite do amigo Frazão, 7 amigos do CMG que gostam de dar umas voltas de bicicleta, rumaram ao Minho, mais propriamente a Vila Verde, para mais um passeio. Na investida planeada pelo Frazão, estava uma incursão ao Gerês, com o intuito de aguçar o apetite para outras investidas. Da nossa malta estava eu, a minha irmã (que se portou muito bem), o Mané, o Zé, o Quelhas, o João Pedro e o Coelho (Dragão).

Decidimos ir dormir a Vila Verde num Bom Retiro que o Frazão nos arranjou mesmo à beira do local onde iria começar a volta. Domingo de manhã, depois de bem tratados ao pequeno almoço, começámos o passeio com a malta de Vila Verde, o Frazão, o Angelo e o David.

Uma coisa que demos conta de manhã e que confirmámos ao fim do dia antes de regressar é que além de termos ficado sempre bem servidos nestas padarias e pastelarias de Vila Verde, o que pagámos foi sempre bem abaixo do que pagamos cá pelos nossos lados. Das duas uma, ou lá para cima a concorrência funciona muito melhor do que cá pelo centro, ou então nós por cá "metem-nos a mão nos bolsos" todos os dias.

Já tinha pedalado pelo Gerês duas vezes e já tinha a ideia que por estas bandas os trilhos são muito mais técnicos que por onde pedalamos habitualmente. A ideia veio a confirmar-se pois na realidade, aliada à excelente paisagens e aos trilhos e singletracks existiu sempre uma componente técnica quer fosse a subir, a direito ou a descer.

As 8:00 arrancamos a pedalar de Vila Verde e rapidamente deixámos o alcatrão. Mesmo à nossa frente aparecia o monte da capela de São Julião que evitámos e contornámos a Este.

Capela de São Julião (Foto retirada daqui)

Com mais ou menos 10 Kms começámos a subir. Esta primeira subida foi-se fazendo bem, apesar de se vencer bastante desnível em poucos quilómetros. 

Assim que chegámos à estrada que liga Barros a Gomide, já começávamos a arregalar as  vistas e as máquinas fotográficas trabalhavam com mais frequência. Estávamos prestes a percorrer uma encosta que era uma autentica varanda para o vale do Rio Homem.

Ao longe avistava-se Braga (sem ser por um canudo), o Mané situou Barcelos e bem atentos distinguia-se o Santuário do Sameiro e com jeitinho no meio da sombra o Bom Jesus de Braga.

Percorremos o caminho acima da meia encosta a caminho da aldeia de Gondomar e fomos contemplando as paisagens.

Pelo caminho visitámos um Fojo do Lobo. O Fojo do Lobo é nada mais nada menos que uma armadilha usada antigamente para capturar os lobos que atormentavam os rebanhos da região.

No site Ecotura, podemos encontrar a explicação destas construções.

Os manos

Após esta visita, rumamos à aldeia de Bezeguimbra, onde pudemos atestar os depósitos de água. Aqui começámos a ver com mais frequência os espigueiros tão característicos desta região. 

Bezeguimbra

E como dá para ver na fotografia seguinte, o percurso começou a ser mais técnico a partir daqui. O sobe e desce da calçada romana até Mixões da Serra, começava a dar mais uma amostra destas bandas, onde por vezes lá tivemos que dar uso à sola do calçado.

Como é imagem de marca no nosso Minho, o verde é uma constante. Como explicou o João, pela existência de tantos espigueiros percebe-se que estes solos estão sempre carregados de água.

Chegámos a Mixões da Serra com 25 Kms e com a hora bastante adiantada. Ali juntaram-se ao grupo o Mário e o Luis. 

Parámos para beber umas Coca-Colas, pagas por um artista que tinha há 3 dias levado a namorada ao registo civil :)

A partir de Mixões, fizemos um pouco de alcatrão até termos bem à nossa frente o imponente maciço da Serra da Peneda e entrámos nas conhecidas Terras de Bouro, onde vimos os primeiros garranos do dia.

Serra da Peneda

Serra da Peneda

Até à aldeia de Cutelo usamos vários tipos de trilhos muitas vezes entre a vegetação rasteira onde mal se distinguia o carreiro. Esta zona mais vestida de vegetação rasteira permitiu-nos ver melhor por onde andávamos. 

Em Cutelo, mais um percurso curioso que nos levou por entre quintais à aldeia de Cortinhas.

Mais um espigueiro

Por entre os quintais minhotos

A chegar a Cortinhas

Cortinhas - uma aldeia cheia de espigueiros

Depois de Cortinhas pedalámos até Brufe.

Foto do grupo em Brufe

Depois de Brufe, seguiu-se uma descida de asfalto que nos levou à estrada de acesso à barragem de Vilarinho das Furnas.

Barragem de Vilarinho das Furnas

Entrámos aqui no Parque Natural Peneda-Gerês e continuámos viagem até ao Parque de Campismo da Cerdeira onde encontrámos a Xana Coelho e o Frazão tinha "orientado" as sopinhas e as bifanas.

Há hora de almoço estávamos com 45 Kms, onde os mais demorados a fazer foram os 25 primeiros. A sopinha, os pregos, as Coca-Colas, as Sagres e as Super-Bock vieram mesmo a calhar. Saímos de lá bem satisfeitos com o manjar.

A segunda parte contemplava percorrer a Geira Romana até Amares. Apesar de não predominarem as subidas nesta parte do percurso, as zonas de calçada predominavam em bem pelo menos na primeira parte do percurso. 

Por vezes lá aparecia uma zona mais rápida, mas logo seguido de algo mais técnico. Claro que quase todos esmurramos os cromados das pernas nesta pedras, mas nada de grave. Aliás, ainda dava era para brincar com a situação.

O Sol durante a tarde quis apertar com calor, mas a verdade é que andámos quase sempre debaixo de arvoredo e consequentemente à sombra.

Se já tínhamos gostado do percurso da manhã pelas vistas, com este aqui pela geira romana ficámos deliciados pois normalmente não apanhamos tantos quilómetros de singletracks seguidos.

Fomos pedalando e progredindo e com o avançar da hora decidiu-se que em vez de irmos por Amares íamos por Caldelas para encurtar a volta. A viagem para a Guarda estava à nossa espera e queríamos tentar chegar ainda com horas de domingo. Terminámos assim o dia com 80 Kms de BTT.

O dia proporcionado pelo amigo Frazão e companhia foi muito bom, visitámos, passeámos por estes bonitos locais que só temos pena de não estarem mais perto. Obrigado a todos por este dia bem passado.

Mais fotos que tirei deste passeio aqui.

O relato dos amigos de Vila Verde está no blog.