domingo, maio 13, 2018

Transportugal Europcar Race 2018


Mais uma!!!
Perdoem-me os poucos, mas fieis seguidores deste blog, a ausência de relatos com os mais variados detalhes, mas o tempo não estica e se por vezes até para pedalar é preciso uma grande ginástica.... voltar a pedalar no teclado não tem sido muito possível, principalmente quando temos uma semana em GRANDE para descrever como esta, a da TRANSPORTUGAL EUROPCAR RACE 2018!!!


Esta é uma organização cheia de detalhes, pormenores, para proporcionar uma grande prova, uma grande corrida a todos os que nela participam com os mais diversos objectivos pessoais e desportivos. É uma semana intensamente vivida, não só por quem participa, mas também pelos que estão do outro lado.


A maquina está cada ano que passa, mais afinada. Uma organização que prima pela excelência. O serviço prestado, chamemos-lhe assim, é de topo. Corridas à parte, o mais importante é proporcionar a todos os participantes uma grande aventura de bicicleta entre Chaves e Sagres.


Sou um privilegiado em estar por dentro. Não só pela tarefa que me calha e que adoro fazer (fechar a porta todos os dias da prova como bicicleta vassoura), mas também pelo facto de fazer parte desta grande equipa, desta família. É para todos uma semana dura, mas bem vivida, onde se criam grandes amizades. Os maestros e principalmente o mentor estão de parabéns!!

Como sempre o DIA ZERO é dia da chegada dos participantes. O "palco" já começou a ser montado no dia anterior, mas durante a manhã prepara-se a chegada do autocarro que vem de Lisboa.

À chegada, começam-se a ver muitas caras conhecidas, de quem volta uma vez mais e no meio delas muitas caras novas. Segue-se o almoço, as saudações, os cumprimentos a montagem das bicicletas, o check-in, a afinação das maquinas, os GPS..... e o briefing.... (Não liguem às reticências, mas a verdade é que é mesmo necessário um briefing um pouco mais longo que o normal. Perdoem o Tiago Fonseca ;))












A semana avizinhava-se muito boa e foi mesmo. Tempo bom, calor na medida certa, ausência de chuva, vento fraco, "what else".



O arranque é dado mais cedo pelo Rob Willard e logo depois pela Kathi Menziger, que devido ao sistema de "handicaps" da prova são os primeiros a partir.




Os poucos começam a partir os restantes grupos dos outros handicaps. Este primeiro dia, liga Chaves ao Peso da Régua em 110 Kms, numa etapa acessível e muito bonita.











Todos os anos aparecem várias configurações de bicicletas. As mais que comuns BTT roda 29'', umas rígidas, outras de suspensão total, por vezes outras sem suspensão, desde os topos de gama, às gamas menos de topo. Carbono, muitos. Alumínios, alguns. Titanios, poucos...  
Mas este ano uma gravel, nas mãos do Pedro Duque. Este desafio criou uma certa expectativa em torno do atleta :) Obviamente toda a gente queria saber como é que ele ia chegando ao fim, pois avizinhava-se uma coça valente, pelo menos nas primeiras etapas que metem muita serra.



Como acontece sempre, sempre, sempre. Aparece sempre alguém logo nos primeiros Kms, com problemas. Ou o suporte do cantil que se parte, ou o gps que não vai a gravar, ou o suporte da gopro que não está apertado, etc, etc.etc..... ou então furo ainda no alcatrão como aconteceu com o Fábio. E acontece sempre quando já vou confortavelmente a pedalar, acomodado ao andamento. Tinha feito os meus primeiros 2 ou 3 Kms com o Simon quando apanho o Fábio parado com um furo, ainda no alcatrão. Fico sempre de pé atrás, pois o pior que me pode acontecer é apanhar um candidato ao titulo apeado, pois o que acontece a seguir é eu esfalfar-me, andar a um ritmo que não é o meu para mais minuto, menos minuto ficar sozinho. Mas desta vez correu bem..... O Fábio não resolveu o problema à primeira, mas manteve a calma e a cabeça fria e à segunda ficou resolvido. Assim que voltou à prova, imprimiu um ritmo mais rápido para recuperar o tempo perdido, que deu para eu aguentar bem e meia hora depois estava novamente junto do Simon, que se veio revelar uma excelente companhia.



Esta etapa é lindíssima! Mas os incêndios também já por aqui andaram. O verde ainda é um verde tímido e vai levar algum tempo a perder essa timidez. Vidago, Pedras Salgadas, são palavras-chave por aqui. Cada vez que por aqui passo, tenho uma vontade enorme de fazer um programa de BTT com o meu Timzinho, isto porque temos esta ecovia fruto da desactivação da Linha do Corgo e que na zona de Vila Pouca da Aguiar, Vila Real e Régua dá bem para delinear um bom fim de semana. Um dia destes......








O companheiro do dia foi praticamente o Simon, um belga simpático, que ainda por cima falava muito bem português, isto porque, teve a sorte de casar com uma portuguesa :) 
Já na zona de Vilarinho, passámos o Corgo e iniciava-se uma dura subida (que por acaso já a conheci pior). Agora dificilmente se estraga, pois está acimentada! Timzinho, não te preocupes que quando cá viermos temos uma alternativa bem direitinha ;)



Bem, mas foi por estes lados que apanhámos mais um companheiro, o alemão Michael Pawlak, um tipo reservado, mas que aos poucos fomos tendo um pouco mais de confiança. Coincidência dava uns toques de português, isto porque passa muito tempo em Espanha. Assim foi mais fácil nos entendermos. 
Passámos os 3 em Vila Real onde o tempo não foi à queima, mas também não foi folgado e logo depois entrámos novamente na ecovia do Corgo, a parte mais bonita do dia onde me lembrei várias vezes do Duque.... Porquê?? Isto é ligeiramente a descer, mas é preciso pedalar, no entanto o piso é muito irregular, apesar de estar "direito". É uma tremedeira constante, até mesmo com suspensão. Aqueles bracinhos devem ter levado coça. 










Chegamos à meta, junto a uma antiga ponte em ruina que em tempos levou os comboio a atravessar o Corgo. Dali ao hotel na Régua era um instante. A malta subiu à estrada e eu optei por atravessar a ponte. 
Foi chegar, petiscar e ir até ao hotel do lado de lá do Rio Douro tomar banhoca. Enquanto isso os atletas gozavam já o final de tarde tranquilo. Toda a gente na meta dentro do tempo o que é sempre agradável. No entanto, as massagens já decorriam há algumas horas, a mecânica já estava a funcionar, o catering ainda não tinha parado.








O Dia 2. Bem, para o dia dois, calha sempre uma grande estopada, a saída do Douro. Se antes tínhamos Barca d'Alva - Castelo Rodrigo, agora temos Regua - Parque Eolico da Serra das Meadas. Grande e bonita subida!!!! 








À medida que se vai subindo, vamos tendo uma perspectiva diferente de toda a envolvente do Rio Douro. Quando mais subimos mais nos impressionamos. A minha companhia, o Simon deliciava-se com o que via. Mas não é admiração nenhuma, até eu, até nós, que já ali passamos e conhecemos algumas destas passagens nos impressionamos, nos deliciamos com o que vemos. Há sempre alguma coisa nova que nos chama a atenção, há sempre algo.....











Aquela crista onde está o parque eólico tem um alcance enorme. O dia quente e com alguma humidade tem os ingredientes para um cenário brutal, com estas montanhas à mistura. No entanto, também são os melhores ingredientes para uma boa trovoada. 
Saímos da crista para descer ao Rio Balsemão e atravessa-lo na barragem da Pretarouca a Sul de Magueija (terra do meu amigo padre Sousa).







A passagem de rio seguinte, foi o pequeno Rio Paivó e poucos quilómetros depois o famoso Rio Paiva. Já era famoso, pelo seu curso selvagem muito apetecível entre os praticantes de canoagem de aguas bravas e de rafting, mas agora ainda mais conhecido pelos famoso passadiços. 









Com a companhia do Simon desde os primeiros quilómetros do dia, chegámos a Mões, a tempo de passar o CP antes do corte e com alguma folga, mas.... os seguintes quilómetros, não eram fáceis. 

Continuamos no ritmo e entre o "serrote altimetrico" desta parte do percurso fomos apanhando o chão molhado, era bom sinal. Aquelas nuvens ameaçadoras de trovoada que estávamos a ver constantemente à nossa frente tinham descarregado e não tinha sido em cima de nós. 

Entretanto com a temperatura mais fresca apanhámos o Michael como no dia anterior. O ritmo agora do Simon e do Michael entretanto também foi ficando mais lento e apesar de ainda acreditar, foi ficando cada vez mais dificil passar o próximo CP dentro do tempo. 

Quando entrámos novamente na EN2, tínhamos uma pequena subida pelo asfalto e o tempo estava a ficar cada vez mais curto.... e ficou. O Simon e o Michael ficava mesmo por aqui. O "novo" ultimo tinha aqui passado à cerca de 20 minutos. Fui andando, o dia estava praticamente feito. Chegar acompanhado ou chegar com o ultimo era igual, e assim ainda tinha a possibilidade de desfrutar mais uns quilómetros de BTT.

Foi então que passados uns quilómetros apanhei o então mais atrasado e era nada mais nada menos que o homem da gravel. O Duque tinha tido problemas com a bicicleta, já tinha esperado pela mecânica e estava de novo a curtir. Bem, um pouco aborrecido como a etapa lhe estava a correr, mas a curtir os trilhos, descidas com as mãos em baixo, etc.... e lá chegámos a Viseu city.

Para trás tinham ficado outras trovoadas, mas neste dia pelo menos nós já nos tínhamos safado. A mim, não me podia ter corrido melhor.











O terceiro dia, a terceira etapa, já é no meu quintal.
Saída de Viseu em direcção à Serra da Estrela com meta instalada nas Penhas da Saúde.











Por entre os trilhos à saída de Viseu, andei com os meus amigos e conhecidos (já do ano passado) suecos muito bem dispostos, o Jonas, o Andreas e o Johan. O Simon depois do dia de ontem optou para fazer uma pausa neste dia duro. Logo logo depois de passarmos por baixo da A25 apanhámos uma dupla brasileira formada pelo Gregory e o Ricardo. Um deles estava com um furo. A "tropa" seguiu viagem e eu fiquei com eles..... "galera" muito porreira! Depois do problema ultrapassado, rolei pelos trilhos fora com eles. 
A passagem por Alcafache e depois aquela bonita subida (não estou a gozar, pois gosto mesmo dela) até aos arredores de Tibaldinho. Passagens estreitas, trilho apertado, subida com alguma técnica e no meio do arvoredo. É bonita, sim senhor!






Depois de Pinheiro de Baixo (onde se encontrava o primeiro CP), seguimos a serpentear algumas aldeias desta bonita Beira Alta. Passámos o Rio Mondego e Cativelo e Arcozelo. As imagens seguintes são de um local giro nos arredores de Arcozelo um pouco antes de atravessarmos a EN17 e o ultimo CP antes de entrar na Estrela.









Estávamos assim a meio da etapa. Antes de chegarmos ao segundo CP ganhámos uma companhia nova, o sueco Joakim. Um pouco desanimado é certo, a falar constantemente em "se calhar" não ia pedalar mais. Bem... que vem a seguir até pode ser dificil, mas estava-me a custar que não se senti-se um pouquinho do cheiro da Serra da Estrela. Convenci-o a não ficar no CP e continuar. Até quando perguntava ele? Até quando ele quiser, disse-lhe eu. Em Nabais apanhamos o britânico Gary que apesar dos seus 51 anos era de certa forma um novato nestas andança de BTT, pois pedalava há menos de 2 anos. Estava a sofrer, a subida a Folgosinho foi demorada e dolorosa. Cada metro ganho era uma conquista. Tentou desistir, mas entretanto reparava que nas pequenas descidas, deixava-se embalar, ou seja, gostava de descer.  Prometi-lhe que as vistas iriam compensar o sofrimento, as caimbras, etc.... O Joakim, esse foi andando e aos poucos fomos deixando de o ver.

A subida de alcatrão desde a saída de Folgosinho até ao alto de Folgosinho, pareceu interminável. Eu já estava sem argumentos, pontos de referência para as pequenas metas psicológicas que lhe ia dando. A subida estava feita, entrávamos de novo em solo "sagrado" do vale do Mondego na Srª da Assedesse. Foi então que o Gary disse, está feito, vamos chamar a pick-up. Pensei, agora é que me tramaste. Ok, o sitio é bonito é certo, até que cá chegue alguém, até que se consiga rede ainda vai demorar. Voltei ao argumento das descidas..... com um sacrifício de mais uma subida (bonita) de 3 ou 4 Kms teria em troca uma longa descida de uns 10. E as paisagens destes 10 eram uma coisa fenomenal. Os argumentos serviram!! E não se arrependeu!! Fizemos a subida para apanhar o caminho abaixo do Corredor de Mouros e descemos, descemos, descemos. Na Cruz das Jogadas apanhámos o Fael e o Ricardo e continuamos a descida para Manteigas, agora a parte mais bonita.

Assim que chegámos à beira do Zêzere, o ultimo CP e terminada a descida, Gary disse que estava feito o dia para ele. Não insisti, ele já estava mais que satisfeito e eu também por ele ter vindo até ali.



Os novos últimos já tinham passado por ali há quase uma hora. Ainda temi que me quisessem meter na pick-up para me levarem junto deles. Isto é sempre o meu maior pesadelo! Mas não foi necessário...
Fui subindo e já na parte de asfalto que sobe da estrada do Poço do Inferno para a Serra de Baixo, apanhei três atletas, o Ian Shephard, o Felix Peyer e a Kathi Menziger. À primeira vista deu para perceber que o mais "debilitado" era o Ian, pois mudava constantemente de ritmo, por vezes parava, pousava a cabeça no guiador e "queimava" algum tempo assim. Apesar das dificuldades a Kathi mantinha-se motivada e focada no objectivo de chegar. Dizia vezes sem conta ao Ian para não parar e para nessas alturas pelo menos caminhar..... O Felix, estava bem. Mantinha o ritmo, não largava a Kathi, sempre na boa, desse por onde desse.









A subida até aos Piornos foi a vê-los sofrer e sempre com a "corda ao pescoço", pois o tempo escasseava. Na Lagoa Seca a Kathi e o Felix foram ganhando terreno e cruzaram a meta a escassos segundos dentro do tempo. Uma chegada emocionante para todos os que a presenciaram. Já o Ian, cruzou a meta poucos minutos depois do fecho. Foi pena, foi por muito pouco.....






Para o quarto dia de prova, estava previsto uma etapa pequena, simples e relaxada de 85 Kms que.... não o foi.... pelo menos para mim.


À partida, comentava com o Simon que os primeiros 20 Kms são rápidos, praticamente sempre em descida, mas que eu apanhava sempre alguém apeado pelo caminho. E não me enganei....
Depois do Alto dos Livros apanhei o sul africano António Teixeira com um furo, que resolveu, mas que no alto da portela precisou novamente de intervenção, desta vez externa, dada pela equipa da mecânica que estava com o arraial montado, já com várias bicicletas a serem intervencionadas. 



Na descida para o Peso, o azar bateu à porta da "rija" Patricia Iverson, que caiu no pior sitio do corta fogo e teve de ir para o Centro Hospitalar da Cova da Beira, que por umas razões ou por outras acaba sempre por acolher alguém. A verdade é que todos saem de lá bem tratados, tão bem que a Patricia no dia seguinte apesar das mazelas alinhou na partida e fez toda a etapa. 








Dos sítios giros desta etapa, destaca-se a passagem pela Quinta do Mineral que nos presenteia com umas vistas fantásticas, a passagem por Alcongosta e a bonita descida da calçada romana para Alpedrinha.
Fiz roda a etapa, sempre na companhia do António que juntava aos problemas técnicos iniciais alguma indisposição, que nos levou a fazer um desvio e subir a um café de Castelo Novo. Dei-lhe a conhecer a groselha com agua das pedras. Mais um aficionado!










Com tantos contratempos, o tempo estava curto e a parte final não foi nada relaxada. Cruzamos o ultimo CP dentro do tempo, mas muito "na queima", o que deixava a meta (ainda por cima a em subida) muito no limite. Tão no limite que não deu mesmo para entrar dentro do tempo.



À noite, ao jantar Parabéns Aragão :) Mais um aninho!!


O dia seguinte, a quinta etapa estava reservada para o grande dia de ligar Castelo Branco a Évora. Esta nova etapa veio revelar-se uma surpresa positiva e foi um excelente upgrade à prova, 190 Kms de BTT é um excelente dia. Porquê? Simples, porque olhando cá para trás, para o vassoura e para os últimos, estes 190 Kms conseguem-se fazer mais rapidamente que os 160 Kms que se faziam antigamente quando se ligava as Penhas da Saúde a Castelo de Vide. É certo que se "perdeu" aquela zona bonita de Castelo de Vide, mas ganharam-se outras coisas. O upgrade ao nível de hotel foi uma melhoria significativa e o percurso também ganhou outras zonas do nosso alentejo "menos beirão".



À saída de Castelo Branco, ainda tive tempo de reparar um furo na Seven do Karel Vercruysse, com um taco, a 5 minutos da partida. Nem na formula 1 :)
Quem apareceu por ali foi o Agnelo que aproveitou para fazer uma visita à malta.

Bem, até Vila Velha de Rodão ainda fizemos uma subidita ali para os lados do Retaxo e depois foi sempre a descer. No entanto ainda houve tempo para o Johan furar. E quando um sueco fura, todo o grupo para e por ali ficam sem stress, a desfrutar do dia, à espera que o problema se resolva. Durante o inicio do dia recebi a informação que o Duque não alinhou na partida, pois um furo logo pela manhã antes da partida voltou ao hotel e depois do problema resolvido fez-se ao caminho. 







Passamos Vila Velha de Rodão, mudámos de margem do Tejo e entramos no bonito trilho à beira rio. Notava-se o estrago do incêndio do ano anterior, mas a beleza continua cá, mas tímida mas continua. 

Bem, mas foi por aqui que o Johan voltou a furar. Novamente o Jonas, Peter, Andreas, Simon e entretanto o Duque (chegado a nós à minutos) e eu paramos. Obviamente que o problema do furo tinha ficado mal resolvido. Mas pensam que algum dos amigos, candidatos a finisher na prova, durante a etapa mais longa, se chatearam, ou stressaram com isso? Zero!!! Muito pelo contrário, sempre bem dispostos, animados, gozavam com ele e com a situação. Espírito 5 estrelas! Problema resolvido e o grupo lá seguiu viagem.



Pouco depois das 11, estávamos em Nisa e entrávamos no alentejo, mais plano do que o "alentejo beirão" como lhe costumo chamar. Estavam feitos cerca de 50 Kms, faltavam os restantes 140....

A primeira paragem para abastecer foi no Vale do Peso. Notava-se bem o local onde deu a fome a a sede à maioria dos participantes, pois à porta da igreja, no contentor ao lado do tasco eram só latas de sumos e garrafas de agua vazias. Ainda havia para nós!! Já houve alturas que a razia era tal que nada fresco havia para os últimos. 







O dia foi excelente, sempre em piloto automático e num ambiente fantástico com os suecos, o Simon e o Duque. 
Crato, Alter do Chão, Cano! Foi no Cano que "perdi o comboio". Desde a passagem por Nisa que se fizeram 100 Kms num abrir e fechar de olhos. Este comboio sueco estava bem afinado e com dois gajos tão grandes como são o Jonas e o Johan dá para esconder atrás dois ciclistas e meio que tenham a mesma "envergadura" que eu. Ainda por cima quando rolam em cima de bicicletas XXL e roda 29. Um tipo pequeno em roda 26 vai ali na boa. E mesmo quando lá calhava ser eu a dar um cheirinho de roda, os grandes acabavam por se queixar a dizer..... esquece não dá " you are too small". Grande risada que isto deu :D

Mas voltando ao Cano.... Em Cano ou no Cano, não sei. Há um restaurante à beira da estrada onde em qualquer que seja a etapa, é paragem "quase" obrigatória. Há sempre muitos atletas a parar lá. Eu rezava para que ninguem estivesse lá, pois a sintonia deste grupo com quem vinha era fantástica. Até o Duque estava a desfrutar de andar na retaguarda :D Entretanto apanhamos mais dois suecos pelo caminho para reforçar o grupo, o Joakim e o Peter.

Mas em Cano, para meu azar, vejo uma bicicleta parada à porta do tasco. O Pawlak estava lá à espera de uma bifana. Bem, comi também. O meu maior stress era faltar 50 Kms quando já tínhamos 140 feitos e ter de acompanhar um ritmo lento que colocaria em causa fazer a etapa toda (é sempre uma das minhas preocupações). Eram 16:30.






Em Vimieiro, pouco depois de Cano, apanhamos o grupo novamente, mas o Pawlak é uma espécie de lobo solitário e fiquei com a ideia de não querer integrar o grupo. Viemos sempre um pouco mais atrás, quando podíamos ter ido todos juntos, mas lobo solitário é assim mesmo, no entanto andando cá atrás nunca tem hipótese de ficar sozinho, pois eu não posso deixar.


Seguiu-se a barragem do Divor  e a ecopista que nos leva a Évora. 







Acabou por correr tudo excelentemente bem. Às 19:30 cheguei ao hotel com os 190 Kms da etapa todos feitos. Mais uma! Para se ter uma ideia da melhoria que foi esta etapa em relação aos 160 Kms entre Penhas da Saude e Castelo de Vide das outra edições, nunca cheguei a Castelo de Vide antes das 21:00, sempre cheguei de noite. 







Dia 6, o dia da etapa mais fácil. O dia de fazer 100 Kms na parte mais plana do alentejo. Neste dia tive a companhia de um amigo extra-prova, o Neves que para quem não conhece, pode passar a conhecer por aqui blogueaomundoembicicleta.wordpress.com.



(e assim finalizo este relato.... pouco tempo para o terminar)









































































































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