domingo, julho 17, 2011

GR22: Castelo Novo - Piodão - Linhares da Beira


Mais um fim de semana durinho. Já tinha saudades....
Quase 180 Kms e mais de 5000 metros de desnível vencido, por montes e vales da Serra da Gardunha, Serra do Açor, Serra da Maunça e Serra da Estrela. Ligámos pela "esquecida" GR22, a Grande Rota das Aldeias Históricas Castelo Novo a Linhares da Beira, com dormida no Piodão. Quando digo "esquecida", poderia dizer também  "abandonada", pois já poucas marcações se encontram. Neste troço em particular, são praticamente inexistentes, só mesmo ao aproximar de Linhares da Beira vamos tento alguma amostra. Mas enquanto as marcações desaparecem (com o tempo ou pela mão do bicho Homem) o alcatrão esse vamos encontrando mais quando menos esperamos.

Mais uma vez o sacrificado para no sábado se levantar às 5:00 e conduzir-nos até Castelo Novo foi o meu primo Pedro Veiga. A logística do transporte foi mais simples, pois levamos só um veiculo. Agarrado ao jipe do CMG ia o reboque de bicicletas emprestado pela loja Vertente na Covilhã.


O grupo maior saiu da Guarda, apanhou mais dois no Tortosendo e em Castelo Novo juntou-se mais um. Eram 7:30 e o grupo constituído por 9 BTTistas, começou a pedalar a partir de Castelo Novo.


Rato, João Pedro, Vicente, Tiago Lages, Rodolfo, Joca, Nelson, Zé, Mané

De Castelo Novo até ao Louriçal do Campo fomos sempre em terra, mas a parte que nos leva a São Vicente da Beira,.... nessa já mora o asfalto.
Ao chegar ao Louriçal do Campo, surge-nos à direita e ao abandono, o imponente Colégio de São Fiel. Um colégio gerido por jesuítas durante muitos anos, por onde passaram nomes como Egas Moniz


Foto retirada daqui.

Para quem não tivesse examinado o percurso, avisei logo o pessoal que sábado era o dia mais difícil e que  teríamos 4 subidas. No domingo somente 1 subida, mas que valia por 2 ou 3.


Pouco depois de São Vicente da Beira, chegámos à Partida. Mas houve quem não percebesse, pois assim que comentei, "Pessoal, chegámos à Partida!", houve logo quem respondesse "Oh carago, mas eu já tenho mais de 20 Kms". Na aldeia de nome Partida, iniciou-se a primeira subida do dia.... e que subida... Quando fiz esta volta ao contrário em 2007, já nem me lembrava o quanto se desceu aqui. Somente me lembrava do javali.




A subida durou e foi-se fazendo aos poucos ora a pé ora de bicicleta. Acabou mesmo à frente de uma eólica da Serra da Maunça. Atravessamos o outrora chamado Parque Eólico da Serra da Maunça, rebaptizado agora como Parque Eólico da Gardunha. Entramos no característico piso com pedra solta e de sobe e desce, existente nas montanhas com aerogeradores. Daqui as vistas são fantásticas, conseguimos observar locais como as Portas de Rodão, Serra da Gardunha, Serra da Estrela, Covilhã, Serra do Açor, etc...


























O "meio do dia" para comer e beber foi feito à beira do Rio Zêzere, em Dornelas do Zêzere na associação. A segunda subida do dia era já a seguir....




Esta segunda subida era do nível da primeira, mas começamos às 14:00 a subir e o calor apertava bastante. Com algumas paragens mais demoradas nas poucas sombras do caminho, chegamos à zona onde já conseguíamos ver as Minas da Panasqueira, avistávamos sem problemas a Barroca Grande, a Aldeia de São Francisco de Assis, etc.... 



Deixámos a terra batida perto do cruzamento de São Jorge da Beira e descemos até às Meãs, onde o único tasco que encontrei em 2007 era também o da associação. Fomos logo directos para lá, mas desta vez estava fechado. Disseram-nos lá que agora têm uma piscina e o bar funciona lá, o pior é que passamos ao lado na descida e não demos conta, voltar atrás já pouca gente tinha vontade. Contentamo-nos então com os tanques de lavar roupa para atestar os cantis com água, molhar os pés, fazer sumo, "tomar banho", etc....



Seguiu-se a terceira subida do dia, mas estas duas ultimas não tinham a dureza das duas primeiras, pois pelo menos não eram tão longas e tinham muiiiito alcatrão. No fim desta subida o vento era insuportável, as eólicas trabalhavam que nem umas malucas. Só tivemos sossego depois de descer para a Covanca.






Esta zona também é conhecida há muito tempo pelo João Pedro, que nos mostrou com a Serra da Cebola mesmo ao nosso lado uns percursos que fez a pé  há uns anos.

 Foto: Rodolfo

Foto: Rodolfo

Na Covanca, o tasco também era na associação, descobri-o no ano passado nesta volta pelo Fajão. Só que desta vez o tasco estava fechado, o senhor tinha ido à fazenda.

Eis que depois da Covanca, estava a ultima subida do dia sempre em alcatrão, mas o dia já ia longo. Paramos numa fonte mesmo à beira da estrada e rumámos à Fornea para logo depois continuar a subir num pouco de terra, passarmos para outra encosta e entrar no nevoeiro. Tal e qual como no parapente existem os que trazem vento forte aqui nesta zona, começo a pensar que é o Joca que traz o nevoeiro. A primeira vez que pedalou nestas paragens foi numa travessia Estrela-Açor em 2009 em que do Açor pouco vimos devido a tanto nevoeiro. Esta é a segunda vez que cá vem e mal "picamos" a Serra do Açor, já estamos no meio das nuvens.

Foto: João Pedro









Foto: João Pedro

Foto: Rodolfo

Só começamos a contemplar alguma paisagem deste lado da serra, quando já descíamos para o Piodão. Assim que chegámos houve logo duas preocupações, a foto de grupo e matar a sede. Um pouco mais tarde juntou-se ao grupo a família do João, o meu amigo Kiko trouxe e muito bem a mana e a mãe a dar uma volta por estas bandas.

 Foto: Rodolfo

Foto: Rodolfo






A dormida já estava bem "orientada" onde fomos muito bem recebidos, na Casa da Padaria. O jantar no restaurante no largo da igreja, já não foi nada de especial, alem de termos sido "apalpados" com o preço das entradas, as doses deixavam um bocado a desejar. Da próxima vamos a outro certamente....

Depois da jantar ainda houve tempo para fechar o ultimo tasco do Piodão, esta malta não pode ver nada aberto..... e enquanto não provaram os licores todos não descansaram. Até houve quem tivesse calores de noite...

Foto: João Pedro 

A verdade é que dormimos muito bem instalados!

Domingo começamos com um delicioso pequeno almoço, doces não faltavam na mesa. Vieram mesmo a calhar. Dado o contexto, o dia tinha somente uma subida mas era das boas....

Saímos do Piodão uma hora depois do previsto pois houve quem andasse a perder parafusos. Já não é a primeira vez que isto de perder parafusos acontece, mas o pior é que quando se tem pedais que mais ninguém tem  incompatibiliza algumas soluções. E ideias, não faltavam :)









 Foto: Rodolfo

 Foto: Rodolfo

 Foto: Rodolfo

Foto: Rodolfo


Depois de uma boa descida vertiginosa em que o caminho nos desaparece do horizonte, chegámos à Vide. O Nelson, com problemas técnicos, maçado do dia anterior e etc etc etc decidiu ficar na Vide e pedir que fosse recolhido. Nós lá começámos a nossa subida, num empedrado empinadissimo seguido de um single track lindo e de um estradão de terra a subir praticamente sem curvas que nos levava dos 300 metros aos 1600. A portela do Arão fica mesmo no meio desta grande subida e a partir daqui é sempre alcatrão até à Lagoa Comprida.








Foto: João Pedro











A paragem para abastecer foi a 3 Kms do fim da subida, na única fonte que conheço por estes lados. Aqui já se sentiam alguns desesperos e algumas caras mais serias, mas nada que não se contornasse graças a segunda parte do percurso que era bem mais fácil.









Da Lagoa Comprida, seguiu-se o Lagoacho, logo a seguir o Vale do Rossim e de seguida o ponto mais apetecível do dia com uma sandes mista na dona Judite, onde conseguimos acabar com o pão. Com esta parte mais acessível moralizadora e com a barriga a deliciar-se com o petisco, as caras já eram mais animadas. Ainda apareceu o Nelson, já de banho tomado e o Koelhone que veio de acelera.









Até à Santinha é sempre a subir, mas nem se dá por isso, este caminho que alguns não conheciam dão uma perspectiva fantástica do que é a serra. Descemos depois à portela de Folgosinho, Cabeça do Faraó, Galhardos e em vez de subirmos na direcção da Cabeça Alta, viramos à esquerda para as Minas dos Azibrais.








Linhares da Beira já estava bem perto, já víamos a aldeia de um lado pouco habitual, mas para acabar ainda descemos um pouco e a Linhares chegamos em subida para acabar em beleza. E que beleza!!! Este fim de semana foi o terceiro desta "jornada" GR22. Aqui começamos, aqui acabamos, dá jeito morar aqui ao lado :)

 Foto: Rodolfo

 Foto: Rodolfo

 Foto: Rodolfo

Foto: Rodolfo

E o video............