segunda-feira, outubro 02, 2006

Depois da Serra do Açor

..... é sempre a descer!! Ou devia ser a descer, mas afinal ....... até é a descer, simplesmente é preciso la estar para o fazer.
Confuso??? Naaaaa!!!
Sexta-Feira, 16 de Junho de 2006
Vou buscar com o jipe do CMG à Arrifana e arranco para a Benfeita. Acidente à Povoa das Quartas obrigou a uma hora à espera que a estrada abrisse de novo.
A minha sorte foi já ter comigo as mochilas do pessoal todo e saber que dentro da mochila do Valdemar ia um bolo caseirinho feito pela mãe dele. Claro que lhe tive de ferrar o dente enquanto esperava.
Deixo o jipe na Benfeita e apanho boleia com o papá e com a mamã de regresso para a cidade mais alta.

Sabado , 17 de Junho de 2006
Conforme o combinado eu, o Sousa, o Valdemar e o Koelhone as 9:00 da matina estamos todos a porta do Valdemar no Canhoso prontos a arrancar para a nossa travessia Estrela-Açor.
Tempo: Chuva e alguma neblina.
Percurso: Canhoso-Covilhã-Tortosendo-Paúl- (...)
No Paúl primeira paragem debaixo de uma varanda para comer o chocolate e uma marmelada. Continuando ....
Percurso: Paúl-Casegas-Sobral de S. Miguel- (...)
Ao chegar ao Sobral eis que o sol (de trovoada), abre e começa a secar o cabedal do pessoal todo.
Estavam feitos (a brincar) 50 Kms e iamos comer a sandocha que cada um trazia no camelback, visto que estavamos a meio do percurso (falando em Kms, claro). Mas enquanto o Sousa, pela 4 vez, virava a bicicleta de rodas para o ar para acertar o disco da frente, o Koelhone murmurou: "Se calhar era melhor guardar a sandocha mais la para a frente e comparavamos aqui qq nesta mercearia". Concordamos que era uma excelente ideia, pois o pior estava para vir (não tinhamos era a certeza do quanto). La compramos umas rodelas de chouriço, pão e uns bolecos para adoçar a boca. Barriga mais composta e lá nos fizemos ao caminho avisados pelo senhor da mercearia: "Daqui do Sobral não sai caminho para lado nenhum e muito menos para bicicletas". Foi caso para dizer "Olhameste", agradecemos o aviso educadamente e lá saimos nós do Sobral de S. Miguel pelo único caminho (ingreme como o caraças, mas saímos...). Depois da potente subida em cascalho solto, eis que chega a descida que nos leva praticamente ao mesmo sitio e nos faz subir outra vez. Se o senhor da mercearia nos visse era capaz de se rir de nós, mas também nos julgou mal, pois o que havia para resolver para sairmos do Sobral resolvemos sempre ...... em cima das bicicletas. Não basta sermos duros ... temos de ser rijos (como diz um amigo meu muita maçarico).
Percurso: Sobral de S.Miguel-Lomba da Cerdeira-Ribeira da Cerdeira-Serra da Cebola- (...)
Saídos do Sobral (tarefa difícil), depois da subida a da descida que nos levou praticamente ao mesmo sitio, lá subimos de novo e deixámos o Sobral pelas costas lá no fundo do monte.
Esta ultima subida à Lomba da Cerdeira levou-nos aos 700 e tal metros e deu-nos o previlégio de contemplar o troço mais duro desta aventura que não era a subida à Serra do Açor, mas sim a subida à Serra da Cebola. Não, não iamos partir destes 750 metros mas sim da cota dos 600, pois tinhamos mesmo de descer ao vale da ribeira da Cerdeira.Na foto de cima, podemos ver a estrada que apanhamos depois da subida da Lomba da Cerdeira, o vale da ribeira da Cerdeira (à esquerda da estrada) e ao fundo, mesmo lá no fundo, no ponto mais alto, o marco geodésico Cebola, local de passagem para a outra encosta da Serra da Cebola.
Ainda com o sol abrasador a bater-nos na carola, lá fizemos nós a nossa "peregrinação" ao topo da Serra da Cebola. (Não, o topo não é nesta capelinha, mas sim o monte mais alto que se vê ao fundo na mesma fotografia).
Vencidos os 800 metros de desnivel, na passagem para a encosta Norte da Serra da Cebola (1400 m) desaparece o sol e volta o nevoeiro, o frio e alguma chuva. Preparava-se um fim de tarde de trovoada.
Percurso: Serra da Cebola-Camba-Porto da Balsa- (...)
Quando já só se contava com a descida final, descemos da Serra da Cebola até à estrada de alcatrão que nos leva à aldeia de Camba. Mas como das 5 cartas topográficas 1:25000 por onde passámos (faltou levar uma) só demos conta que ainda ....... tinhamos uma subida para fazer quando a vimos à frente. Foi aqui que agradecemos ao Koelhone a ideia de ter poupado a sandocha no Sobral de S. Miguel porque ia fazer falta para saír de Camba.
Percurso: Porto da Balsa-Monte Frio-Mata da Margaraça-Benfeita
Energias repostas e fizemo-nos à estrada, estrada esta que já se encontra numa das encostas da Serra do Açor. Nada melhor que uma chuvada para arrefecer os calores da subida. Só foi pena ter voltado o nevoeiro.
Esta subida além de mais "soft" que a da Serra da Cebola, foi difícil devido ao nevoeiro cerrado que se fez sentir à medida que nos aproximavamos da crista da Serra do Açor (sim, a mesma onde está o marco geodésico do S. Pedro do Açor).
Chegados à crista mais 4 Km intermináveis planos, em alcatrão debaixo de chuva, vento e nevoeiro.
Para levantar a moral, eis que descemos e o nevoeiro desaparece dando lugar a um sol radioso e a vista sobre o Monte Frio.
No Monte Frio apanhamos o caminho de terra batida que nos leva aos Pardieiros e nos faz passar no meio da fabulosa Mata da Margaraça.
A 1,5 Kms da Benfeita, paragem obrigatória na Fraga da Pena para eu revisitar o lugar onde durante a minha infância passei muitos verões e dar a conhecer este magnifico lugar a estes meus amigos.
Chegados à Benfeita, mais bem recebido era impossível!!! Os meus amigos Adélia e Rogério (a minha familia da Benfeita) além de nos colocarem a disposição a casa de banho para tomarmos uma banhoca, deram-nos dormida e uma deliciosa feijoada ao jantar que ainda hoje nos lembramos ao fim de cada voltinha de BTT comentamos: "agora o que ia bem era uma feijoada da Benfeita".
Na Benfeita não houve tempo de visitar todas aquelas pessoas que fazem parte dos meus 16 anos ali vividos. Mas nada como uma voltinha à noite na companhia do Ti Mina para ver como as coisas estão diferentes. Paragem no café e ainda deu para encontrar amigos que ali tenho que já não via à uns anos (o Joãozito e entre eles uma amiguinha nova, a Luisa, filha do Ruca e da Rita).

Domingo, 18 de Junho de 2006
Como se já não bastasse a trabalheira que demos em casa da Adélia, no dia a seguir tinhamos uma mesa farta ao pequeno almoço. Não nos faltou rigorosamente nada e só tenho de agradecer ao Rogério e à Adélia por me ter recebido a mim e aos meus amigos desta forma.
Por volta da 11:00 da manha carregamos o jipe e rumamos à Covilhã para deixar o Sousa e o Valdemar e eu e o Koelhone voltamos à Guarda.











Aqui fica também o registo altimétrico de todo o percurso.

2 comentários:

Canhoso disse...

Foi uma GANDA volta ! sem GPS e nada dessas modernices ! :)

Tiaguss disse...

E à conta disso lá fizemos nós mais a segunda subida extra.
Podíamos tê-la evitado? Podíamos, mas não era a mesma coisa! :)
Em Julho vamos la outra vez, mas numa versão mais soft, aberta a toda a gente.

Abraços