sexta-feira, outubro 27, 2006

Estreias de BTT na Gardunha


Visto que afinal até há fotos, aqui vai mais um .....

Já tinha ido à Serra da Gardunha em várias ocasiões, por vários motivos, mas nunca pelo BTT.
Já desde à algum tempo que estava a tantar "cravar" o Luis Afonso para mostrar alguns caminho da gardunha, em especial algum que fosse dar ao posto de vigia. Mas entratanto o Verão passou-se e os combinanços foram sucessivamente adiados.

Dois fins de semana antes do II Passeio Trilhos da Raia entre o "CHCB people" combinamos uma subida à Gardunha.

Sabado depois de almoço eu e o PSousa saímos de casa da Marisa e rumámos em direcção à Quinta das Flores ao encontro do David, Simão e o Armando Cerezo (até que enfim que combinamos uma voltinha).

Pela estrada nacional, fomos até ao Fundão ao encontro com o Luis.

Foi dia de estreias. Pela primeira vez pedalei com o David, Armando e Luis. E foi bom ver que esta voltinha deu de certa forma o "empurrão" que o Luis precisava para comprar uma "bicla" nova: Mondraker Concept?!?!? Scott Reflex 30, 40, 50 !?!?!? Alguma vai ter de ser! Veremos ...

Do Fundão fomos até Alcongosta, casa do guarda e de seguida posto de vigia! Depois de reagrupar eis que aparece um BTTista do Fundão que nos fez o favor de tirar uma fotografia ao grupo! Obrigado!

Aqui ficam as fotos no ponto mais alto da Serra da Gardunha!


Depois de uma ou duas correcções de percurso, descemos um corta fogo para apanhar o caminho para o Souto da Casa. Não ..... não fomos pelo Souto da Casa! Como se fazia tarde, na bifurcação Souto da Casa / Fundão, optamos pelo Fundão! Mais uma fantastica descida que acabou nas piscinas (antigas) do Fundão!

Deixa-mos o Luis no Fundão e de novo na nacional rumo à Covilhã. O Armando cortou para o Ferro, o Simão e o David ficaram pelo Zezere e eu e o PSousa seguimos até à Covilhã City!

Boa voltinha!! Temos de voltar à Gardunha .......

domingo, outubro 22, 2006

II Passeio BTT - Trilhos da Raia

Bem, isto hoje foi demais ......

Antes de começar a descarregar palavreado quero dar os parabéns:
- a todos os BTTistas presentes neste evento, pois não era fácil largar o vale dos lençóis num dia tempestuoso como este;
- aqueles que apesar das condições se aventuraram no percurso de 65 Kms (com tanta chuva, era dose ....).
- às moças BTTistas presentes neste passeio que mostraram como realmente se pedala num dia de chuva torrencial;
- à organização que esteve 5 estrelas;

Vindos da Guarda, da minha malta do costume, só iam participar eu e o meu primo Mané.
O dia começou mal ...... tinha combinado passar em casa do Mané às 7:00 e como me deixei dormir acordei às 7:15 com ele a telefonar-me. Graças ao meu atraso saímos da Guarda à 7:50!
Saímos da Guarda debaixo de uma chuva torrencial com muito vento à mistura, tempo este que nos acompanhou até à chegada à Idanha-a-Nova.

Como já é da praxe estavam a dar a partida ainda nós tínhamos as bicicletas em cima do carro. O preparar à pressa, fez com que arranca-se sem comer nada de jeito e nem um nem outro vestiu o impermeável (tolinhos)!! No meio da confusão ainda encontrei o Manel, pessoal do CHCB , companheiro das futeboladas hospitalares.
Quando demos conta tínhamos os senhores do carro vassoura à espera que nós arrancasse-mos para eles se fazerem ao caminho também.

Decidimos que o mais certo seria abandonar a ida aos 65 Kms e ficássemos pelo percurso mais curto.
Digamos que com tanta chuva o percurso estava fora de serie, com 2 Kms percorridos já estávamos completamente ensopados, daí para a frente não havia poça de lama ou de água barrenta que não passasse-mos da mesma forma como de um caminho alcatroado tratasse.
É indescritível o estado dos trilhos, só mesmo avaliando pelas fotos! À semelhança da Maratona Internacional da Raia o mega fotografo de serviço (varadero do forumbtt.net) fartou-se de disparar sobre o pessoal.
Se uma imagem vale por mil palavras, então as 435 imagens valem por 43500 palavras (assim escuso de as escrever). Vejam http://nunomaia2006.fotopic.net/c1116636.html

Numa delas ca estou eu .....

E noutra o Mané .....

Foi muito fixe ver no meio de todas estas condições a alegria e o entusiasmo com que o pessoal se fazia ao lamaçal. Por vezes a andar a pé os as botas desapareciam na lama. Noutras a roda enterrava-se tanto que chegava a fazer efeito de ventosa e via-me a rasca para a tirar de novo.

Já depois do abastecimento e para fazer evaporar alguma água que estava colada ao corpo, dei uma acelaradela. Já que tinha ido para o percurso dos 20 Kms estava à vontade. Mais à frente juntei-me por uns Kms a um grupo de 3 companheiros de Castelo Branco, aqui fica o blog deles: http://castelo-branco-by-bike.blogspot.com/

As fotos seguintes são do blog referido em cima, tiradas pelo Roberto (um dos companheiros de Castelo Branco)! Um grande abraço e obrigado pelo registo fotográfico!
Sim, o caminho passa ali!

Eu completamente atascado a pedir um guincho!

O Roberto na estreia da sua nova maquina, no meio do caminho ou no meio da ribeira?

Eu de novo, a tentar fazer o resto ..... sem por o pé no chão!

Chegados a Idanha-a-Nova e depois do merecido banho de água quente no pavilhão municipal eis que chega a hora do almoço ...... porco no espeto! Não um, nem dois, mas sim TRÊS porcos no espeto com arroz de feijão. Quem gastou as reservas teve aqui uma boa oportunidade para as repôr. Tudo 5 estrelas!

No regresso para a Guarda parámos no Fundão para fazer o Luis Afonso pagar um café no Amnésia Bar. E de seguida ainda paramos na Covilhã para dar a conhecer ao Mané o meu palácio, visto que ainda não o conhecia.

segunda-feira, outubro 02, 2006

Maratona Vale do Vouga

Esta maratona teve de tudo um pouco!
Soubemos desta maratona quando no Xures, na Maratona Extreme, pagavamos o camping e uns companheiros BTTistas nos entregaram uns flyers desta maratona. Como ainda não tinhamos nada agendado, foi meio caminho andado para pensar no assunto.
Ficamos decididos a ir assim que acedemos ao site oficial da maratona e constatámos que com pelo menos um mês de antecedência a organização tinha disponivel toda a informação necessária tal como programa, percurso, altimetria, etc ... As fotografias disponibilizadas do percurso também deixávam vontade de as conhecer. Lá nos inscreve-mos eu, o Mané e o Koelhone.

Domingo de manhã fizemo-nos à recém inaugurada A25 em direcção a Águeda, muito nevoeiro, muita chuva, esperava-nos um dia complicado.
Chegados a Crastovães, levantámos os dorsais e juntámo-nos aos 400 BTTistas ali presentes. O nevoeiro abriu, mas a chuva ainda nos acompanhou durante algum tempo.

A parte do percurso que seria sempre a rolar, traduziu-se num lamaçal que deu para esconder as cores às bicicletas e às fatiotas.


O primeiro incidente surge numa descida de alcatrão por volta do Km 13, o Koelhone fura atrás. Decide então usar um spray para vedar o furo e seguir viagem, mas além de demorar a encher não ficou grande coisa como veremos mais à frente. Entratanto o Mané que tinha ficado preso nos engarrafamentos da descida lamacenta passa por nós e segue.

Mais 3 ou 4 Kms percorridos e apanhamos o Mané parado, além do problema das mudandças partiu o encaixe do pedal.

Chegados ao primeiro abastecimento (20 ou 25 Kms) o Koelhone nem queria parar, mas eu fiz questão de beber qualquer coisa e comer uma barrita. Estavamos nós para nos fazer de novo ao caminho quando reparámos que o pneu de tras dele estava de novo vazio. Desta não perdemos grande tempo, tiramos a camara de ar furada e substituimo-la por outra novinha em folha depois de verificar se o pneu tinha alguma coisa que tivesse causado o furo.

Já na cauda da maratona voltamos a dar ao pedal. Quilometros mais à frente durante uma descida espectacular que terminava numa curva à esquerda assim que abrando e faço a curva vejo o Koelho a ir em frente, caír e ficar pendurado sobre a parede de sustentação dessa curva (parede de betão com mais de 2 metros de altura). Bem ........ dei-lhe a mão para o tirar, pois estava de cabeça para baixo e depois de recuperarmos do susto voltamos ao caminho. As consequências desta queda podia ter sido bem piores, ...... bem piores. A senhora que morava ali ao lado só dizia: "Já hoje caíu aqui tanta gente!". A sinalização nesta parte podia ser mais apelativa, pois a descida era tão rápida que se havia alguma placa de perigo ...... não a vi.
Mais 2 Kms percorridos e à entrada da ciclovia sobre a linha ferroviarea do Vouga ............. o Koelhone fura de novo. Dei-lhe a minha camara de ar suplente para trocar, verificamos se havia alguma porcaria e seguimos viagem na companhia da mota vassoura.
Esta parte do percurso ao longo do Vouga, em cima do caminho onde em tempos passou o coimboio foi muito bonita.

Na subida para o segundo abastecimento e ponto mais alto da maratona, a torre eólica, voltamos a encontrar pessoal, mas depressa nos deixaram pois quase no fim da subida o Koelhone voltou a a furar. Tantas paragens estavam a deixar-me desmoralizado, mas tentei não dar grande importancia a isso pois o percurso e as paisagens valiam a pena.
Entretanto disseram-nos que o Mané tinha desistido pois rebentou o cabo do desviador traseiro.
Depois de comer qualquer coisa no abastecimento, cada um de nós remendou uma camara de ar. A minha ficou para suplente e a do Koelhone para voltar a rolar. Mal encheu o pneu antes de se sentar em cima da bicicleta ........... volta a furar. Será que para a proxima será necessário trazer pneus suplentes? Este furo tinha sido noutro sitio da mesma camara de ar, mas de certeza absoluta que no pneu ainda estava o responsavel a causa deste. Depois de procurar minunciosamente encontra-mos então um vidro cravado e escondido num taco do pneu. Depois de remendar mais este seguimos caminho, tinhamos então uma boa parte a descer.

Nesta descida foi a minha vez de ir ao tapete e ainda por cima com o camarada da mota que ia a fechar a ver o espectaculo. Ao entrar num rego, não consegui tirar de lá a roda da frente. Ao capotar, o pé esquerdo devido à sujidade nos pedais não saiu. O resultado foi cair de peito no chão e levar com a bicicleta em cima das costas. Recomposto .......... voltei ao caminho.

E daqui para a frente não houve mais incidentes!!! Limitamo-nos a manter um bom ritmo pois eramos os ultimos dos ultimos. O companheiro da Suzuki é que nos aturou o resto do caminho.

Aqui fica uma foto minha e do Koelhone tirada pela organização na nossa chegada.

Mais informações e fotos na página oficial da Maratona Vale do Vouga

Mané, Coelho e eu no final da maratona.

Guarda-Fatima 2006

No ano passado já o Vicente e o João Luis se tinham lembrado de fazer uma etapa destas e chegaram a faze-lo.

Este ano falamos, falamos, era para ter sido em Maio, depois passou para Junho, depois chegou o calor e perdeu-se o timing. Lá pensamos já não fazemos isto este ano.

Entretanto no mês passado o Vicente telefona-me a convidar para jantar em casa dele, também ia estar o João Luis e a familia e a Patrocinia que ia a caminho dos Picos da Europa. Durante o jantar ou já na parte do café lá voltou a conversa: "então e a ida a Fatima?". Passados 5 minutos estava a data marcada e ainda este ano. Enviei um sms ao Koelhone que estava de férias para ficar avisado do combinado.

Sabado, 9 de Setembro pelas 5 da manhã já estava com o João Luis e o Vicente à espera do Koelhone na rotunda para o Rio Diz.






Em vez de subir ao centro da cidade da Guarda para apanhar a N17, decidimos ir até ao Alvendre (zona por onde andamos em terra) e descer no alcatrão novinho que vai até Aldeia da Serra.
Foi lindo ver as luzinhas de presença a frente e atrás a piscar durante aquela descida.
Chegados ao Sobral da Serra descemos até ao Porto da Carne de forma a apanharmos a estrada nacional nº17, mais conhecida como estrada da beira.





Eram quase nove da manhã estavamos a parar no Senhor das Almas (aldeia perto de Oliveira do Hospital). Fizemos o primeiro abastecimento no café de uma tia do Koelho. Estavam feitos mais ou menos 50 Kms.
Voltando ao caminho, aí fomos nós pela N17 até ao cruzamento de Foz de Arouce onde siguimos na direcção de Miranda do Corvo.



De Foz de Arouce até Miranda do Corvo apanhamos uma zona muito bem sinalizada o que nos poupou bastante tempo. Foram mais ou menos 16 Kms sempre a rolar.
Em Miranda do Corvo aproveitamos para procurar um tasco para almoçar. Eram 13:00 estavam cumpridos 160 Kms.
Correu bem o almoço! Todos optamos pelo bife de vitela com ovo a cavalo, batata frita e salada.
Foi um almoço bastante descansado, só nos fizemos de novo à estrada por volta das 15:00.



A parte mais dificil estava para vir! De Miranda do Corvo para a frente havia muito sobe e desce, muito cruzamento e rotunda sem qualquer indicação. Com isto o ritmo foi muito mais lento, mais paragens que o habitual para perguntar a pessoas "o melhor caminho para".
Chegados a Ansião já viamos algumas placas a dizer "Santuário de Fátima"!
Algures nesta estrada cruzamo-nos com o meu primo Mané que nos trazia fruta e yogourtes liquidos.




Sabia que Ourém era antecedida de uma descida. Foram alguns Kms de subidas e descidas a pensar "é depois desta que se desce até Ourém ......."
De Ourém a Fatima só havia mais uma decisão a fazer em termos de percurso. Optar pelos 4 Kms com cerca de 1Km entre 10 e 12 % de inclinação ou fazer uma subida mais suave mas com 8 ou 9 Kms.
Lá fomos nós monte acima pela caminho mais curto mas mais duro, isto quando ja tinhamos 240 kms em cima!


Chegamos a Fátima, encontramo-nos com o meu primo Mané, Tininha, Dulce, Anabela e Pedro em frente à capela em frente à basilica.
Depois de jantar, o meu primo Mané trouxe-me de volta para a Guarda. O resto do pessoal foi até São Pedro de Moel e regressaram no domingo.

Durante o dia todo tinha establecido algumas "metas psicologicas":
80 Kms - 1/3 do caminho está feito
100 Kms - 100 Kms estão feitos
120 Kms - metado do caminho está feito
140 Kms - faltam 100 Kms
160 Kms - 2/3 do caminho está feito
200 Kms - chegamos aos 200
Daí para a frente as "metas" já eram establecidas a olho! :)

Foi espectacular!
Como disse o Vicente e bem: "É espectacular nos propormos a estas coisas sabendo que estamos acompanhados de uma malta em que confiamos a 100%""
Foram 246 Kms de boa disposição, entreajuda, motivação. O objectivo foi cumprido, obrigado pessoal!

Aqui ficam algumas fotos tiradas com o télélé do Koelhone quase a chegar a Fátima.
















Maratona Xurés/Gerês Extreme

Depois de ver na Bike Magazine a refeência a este evento e juntando a vontade de conhecer um bocado melhor o Gerês lá desafiei o Koelhone e o Valdemar (companheiros da Maratona Internacional da Raia).

Inscrevi-me, logo de seguida inscreveu-se o Koelhone. Pena que o Valdemar não pode aparecer!
Entretanto fomos desafiando mais uma malta e no total estavamos:
- Eu
- Koelhone
- Mané
- Simão
- Sousa
- Adriano

Sexta feira dia 1 de Setembro tirei o dia de férias e juntamente com o meu primo Mané, lá fomos nós até ao Xurés!
Saímos da Guarda à 15:00 paramos em Ponte de Lima para ir comprar jantar para todos e as 21:00 estavamos com as tendas do pessoal todo montadas no Camping Viña Grande a 7 Kms de Lobios. Aos poucos foi chegando o resto da malta e às 23:30 estavamos de volta do "pito" assado.

Sabado antes da 9 da manha estavamos nós em Lobios.
Quase em cima das 9 horas fomos todos até ao meu carro fazer uma sandocha para comer a meio do caminho. Foi quando ouvimos uma buzina ..........
Chegamos ao local da partida ........ ninguém, nem um único bttista. Tinham dado a partida e nós ali descansadinhos. Mas foi na boa ...... e lá nos fizemos ao caminho!
O percurso começava logo a subir. O Koelhone desapareceu e até ao primeiro abastecimento (30 Kms) fui com o Sousa e com o Adriano.
No abastecimento, na conversa com mais um conterrâneo que também andava ali pelo Xurés apercebi-me que se queria fazer os 100 não podia ir tão descontraído como até ali. Deixei o Sousa e o Adriano e fui em busca do Koelhone perdido.
Mais uma subida (até ás antenas) e uma violenta descida de 8 Kms que abanou o esqueleto ao pessoal todo. Piso muito estragado ......... foi pinotes e capotanços a toda a hora. Felizmente não fui nenhuma vez ao tapete. Entretanto de novo em Lobios (yep, passamos lá duas vezes) encontro o meu primo Mané que tinha acabado os 40 Kms e entrego-lhe a chave do carro. Encontrei também o Koelhone estavam feitos 60 Kms e seguimos para o resto do percurso.
Sem dúvida que foi bastante duro, pois logo a primeira subida a seguir ao Km 60 coincidiu com as 14 horas. Muito calor e o piso não era de todo o mais regular. Nas calmas la fizemos os 40 Kms do resto do percurso: muito calor muita calçada romana a subir, muita calçada romana a descer e o melhor de tudo muitas fontes e aguinha fresca pelo caminho.
Resumindo foi muito positivo e o objectivo foi atingido.

O Adriano foi embora logo no sabado e o Sousa saiu domingo logo de manha.
No regresso eu, o Mané, o Koelho e o Simão demoramos um dia inteiro a chegar à beira.
Visitamos a Portela do Homem, fomos a Amares comer uma posta mirandesa, parámos em Amarante para beber um copo, parámos em Viseu para comer a merendinha e quando chegamos à Guarda já eram 18:00.

Valeu, sem dúvida que foi um fim de semana bem passado.

Mais informações e fotos na pagina oficial da maratona.

Maratona Internacional da Raia

Tudo isto se passou no primeiro fim de semana de Julho de 2006. E neste fim de semana houve de tudo um pouco ......
A ideia de participar neste passeio surge em Março quando o Valdemar me mostra um link de uma prova de 24 horas em BTT na Serra da Estrela. Na minha opinião .... o BTT têm o seu encanto por proporcionar vistas sobre paisagens maravilhosas. Claro que numa caminhada também, mas de bicicleta "galgamos" muito mais percursos. Daí que a pior coisa que me podem fazer num percurso de BTT é fazerem-me passar no mesmo sítio duas vezes. Daí que não me convidem para participar onde quer que seja se à partida se sabe que não vamos passar no mesmo sitio duas vezes mas sim uma 6, 7 ou 8 vezes!!!! É para esquecer :)
No mesmo site reparei num outro evento a Maratona Internacional da Raia, que se iria realizar na zona de Idanha-a-Nova! Quando eu disse "mata" o Valdemar disse "esfola", estava assim a coisa combinada.
Entretanto houve mais pessoal que alinhava em ir só que "ah e tal e coiso...". Resumindo lá nos inscrevemos eu, o Valdemar e o Koelhone!
O meu amigo, colega de trabalho e ex-senhorio Pinto da Rocha de imediato, quando soube que iamos para aqueles lados, pôs à nossa disposição a casa dos avós em Proença-a-Velha.
Na semana que antecedia a maratona, soubemos que nesse fim de semana se ia realizar também na Idanha-a-Nova a Feira Raiana. Ora aí está um programa para um fim de semana à maneira!!
Eu, o Pinto e o meu amigo Costa Pardal que também se juntou à festa rumámos da Covilha para a Idanha ao encontro do Valdemar que foi directamente de Lisboa para lá e com o Francisco (irmão do Pinto) que já estava em Proença. Logo na sexta fomos petiscar à feira umas enchidos e umas carnes grelhadas ao tasco de Proença-a-Velha.
Enquanto que eu e Valdemar à uma da manhã já estavamos em casa a dormir o resto da malta andava por Idanha-a-Nova na farra e a levar cornadas das vacas locais.
Sabado às 8 da manha mal acordei ainda andavam os Pinto da Rocha acordados no quintal de volta da piscina agarrados às barras energéticas do Lidl (aquelas de 0,33cl). O Costa Pardal, esse deitou-se mais cedo pois a tauromaquia cansa e ....... deixa as suas mazelas.
Encontramo-nos com o #####poias de miérdia (mais conhecido como Koelhone) e juntamo-nos aos outros 230 BTTistas.
Foi um percurso muito fixe, saímos de Idanha-a-Nova directos à Barragem Marechal Carmona seguindo para Alcafozes, Toulões e Salvaterra do Extremo. Aqui apanhamos uma calçada romana (daqueles que abana o esqueleto todo) e de pé na água atravessamos o Rio Erges (rio português que nasce na Serra da Malcata e vai desaguar ao Rio Tejo). Este rio delimita a fronteira entre Portugal e Espanha. Já em terras de "nuestros hermanos" seguimos até Zarza la Mayor (quarto abastecimento). Aqui começa o calor a apertar ainda mais (seguramente na casa dos 37-38 graus). Voltamos a Portugal por outro caminho onde as poucas sombras que havia estavam sempre ocupadas por outros companheiros deste evento. Aqui toda a gente rezava para que caisse por ali uma carga de água, mas em vão ......
Chegados a Segura (quinto abastecimento), lá seguimos nós até à Zebreira (sexta e ultimo abastecimento) onde nos refrescamos por dentro e por fora. Passados uns 10 Km ja estavamos sequinhos outra vez mas qual a nossa satisfação quando vimos um sistema de rega a trabalhar e claro que nos fomos enfiar lá debaixo para arrefecer outra vez. Continuamos em direcção ao Santuário da Senhora do Almurtão e quando já avistavamos Idanha-a-Nova deu para perceber o que iriam ser os ultimos dois Kms. Uma dura calçada romana que ia desde a Senhora da Graça (não, não é a de Modim de Basto) até Idanha. Só vi o maluco do Koelhone a faze-la montado na burra de resto aquilo parecia uma peregrinação de BTTistas a pé. Não era por nada, mas 104 Km ja estavam em cima do cabedal, até aos 106 por aquele sitio .......

Obrigado ao Varadero do Forumbtt.net pela fotografia!

Quando chegamos à Idanha ainda deu para assistir à segunda parte do emocionante jogo Portugal-Inglaterra, jogo dos quartos de final do Mundial da Alemanha 2006, onde o grande guardião Ricardo voltou a fazer um brilharete nos penalties contra a Inglaterra. Espectaculo!!!!!
Para terminar melhor a tarde, fomos (de carro) até Proença-a-Velha enfiar-nos na piscina do Pinto até à hora de jantar. Para acabar melhor o dia, fomos de novo jantar à feira raiana já na companhia do Simão Pedro e da Paula que vieram da Covilhã para se juntar à malta. Como na noite anterior as alheiras de Proença fizeram sucesso ao jantar, vimo-nos obrigados a repetir no jantar de sabdo e ao fim da noite antes da hora do recolher obrigatório. Foi sem dúvida um dia bem passado.
O programa de domingo foi simplesmente acodar, levantar, arrumar as tralhas e ir ao talho comprar alheiras para trazer para casa. Aqui deu para reparar na alheiró-dependência do Koelhone (no comments).
Tenho de agradecer ao meu amigo Pinto da Rocha (neto) e Pinto da Rocha (avô) por nos ter recebido tão bem de forma a nos proporcionar a todos este fim de semana à maneira!

Mais informações na página oficial da Maratona Internacional da Raia

Depois da Serra do Açor

..... é sempre a descer!! Ou devia ser a descer, mas afinal ....... até é a descer, simplesmente é preciso la estar para o fazer.
Confuso??? Naaaaa!!!
Sexta-Feira, 16 de Junho de 2006
Vou buscar com o jipe do CMG à Arrifana e arranco para a Benfeita. Acidente à Povoa das Quartas obrigou a uma hora à espera que a estrada abrisse de novo.
A minha sorte foi já ter comigo as mochilas do pessoal todo e saber que dentro da mochila do Valdemar ia um bolo caseirinho feito pela mãe dele. Claro que lhe tive de ferrar o dente enquanto esperava.
Deixo o jipe na Benfeita e apanho boleia com o papá e com a mamã de regresso para a cidade mais alta.

Sabado , 17 de Junho de 2006
Conforme o combinado eu, o Sousa, o Valdemar e o Koelhone as 9:00 da matina estamos todos a porta do Valdemar no Canhoso prontos a arrancar para a nossa travessia Estrela-Açor.
Tempo: Chuva e alguma neblina.
Percurso: Canhoso-Covilhã-Tortosendo-Paúl- (...)
No Paúl primeira paragem debaixo de uma varanda para comer o chocolate e uma marmelada. Continuando ....
Percurso: Paúl-Casegas-Sobral de S. Miguel- (...)
Ao chegar ao Sobral eis que o sol (de trovoada), abre e começa a secar o cabedal do pessoal todo.
Estavam feitos (a brincar) 50 Kms e iamos comer a sandocha que cada um trazia no camelback, visto que estavamos a meio do percurso (falando em Kms, claro). Mas enquanto o Sousa, pela 4 vez, virava a bicicleta de rodas para o ar para acertar o disco da frente, o Koelhone murmurou: "Se calhar era melhor guardar a sandocha mais la para a frente e comparavamos aqui qq nesta mercearia". Concordamos que era uma excelente ideia, pois o pior estava para vir (não tinhamos era a certeza do quanto). La compramos umas rodelas de chouriço, pão e uns bolecos para adoçar a boca. Barriga mais composta e lá nos fizemos ao caminho avisados pelo senhor da mercearia: "Daqui do Sobral não sai caminho para lado nenhum e muito menos para bicicletas". Foi caso para dizer "Olhameste", agradecemos o aviso educadamente e lá saimos nós do Sobral de S. Miguel pelo único caminho (ingreme como o caraças, mas saímos...). Depois da potente subida em cascalho solto, eis que chega a descida que nos leva praticamente ao mesmo sitio e nos faz subir outra vez. Se o senhor da mercearia nos visse era capaz de se rir de nós, mas também nos julgou mal, pois o que havia para resolver para sairmos do Sobral resolvemos sempre ...... em cima das bicicletas. Não basta sermos duros ... temos de ser rijos (como diz um amigo meu muita maçarico).
Percurso: Sobral de S.Miguel-Lomba da Cerdeira-Ribeira da Cerdeira-Serra da Cebola- (...)
Saídos do Sobral (tarefa difícil), depois da subida a da descida que nos levou praticamente ao mesmo sitio, lá subimos de novo e deixámos o Sobral pelas costas lá no fundo do monte.
Esta ultima subida à Lomba da Cerdeira levou-nos aos 700 e tal metros e deu-nos o previlégio de contemplar o troço mais duro desta aventura que não era a subida à Serra do Açor, mas sim a subida à Serra da Cebola. Não, não iamos partir destes 750 metros mas sim da cota dos 600, pois tinhamos mesmo de descer ao vale da ribeira da Cerdeira.Na foto de cima, podemos ver a estrada que apanhamos depois da subida da Lomba da Cerdeira, o vale da ribeira da Cerdeira (à esquerda da estrada) e ao fundo, mesmo lá no fundo, no ponto mais alto, o marco geodésico Cebola, local de passagem para a outra encosta da Serra da Cebola.
Ainda com o sol abrasador a bater-nos na carola, lá fizemos nós a nossa "peregrinação" ao topo da Serra da Cebola. (Não, o topo não é nesta capelinha, mas sim o monte mais alto que se vê ao fundo na mesma fotografia).
Vencidos os 800 metros de desnivel, na passagem para a encosta Norte da Serra da Cebola (1400 m) desaparece o sol e volta o nevoeiro, o frio e alguma chuva. Preparava-se um fim de tarde de trovoada.
Percurso: Serra da Cebola-Camba-Porto da Balsa- (...)
Quando já só se contava com a descida final, descemos da Serra da Cebola até à estrada de alcatrão que nos leva à aldeia de Camba. Mas como das 5 cartas topográficas 1:25000 por onde passámos (faltou levar uma) só demos conta que ainda ....... tinhamos uma subida para fazer quando a vimos à frente. Foi aqui que agradecemos ao Koelhone a ideia de ter poupado a sandocha no Sobral de S. Miguel porque ia fazer falta para saír de Camba.
Percurso: Porto da Balsa-Monte Frio-Mata da Margaraça-Benfeita
Energias repostas e fizemo-nos à estrada, estrada esta que já se encontra numa das encostas da Serra do Açor. Nada melhor que uma chuvada para arrefecer os calores da subida. Só foi pena ter voltado o nevoeiro.
Esta subida além de mais "soft" que a da Serra da Cebola, foi difícil devido ao nevoeiro cerrado que se fez sentir à medida que nos aproximavamos da crista da Serra do Açor (sim, a mesma onde está o marco geodésico do S. Pedro do Açor).
Chegados à crista mais 4 Km intermináveis planos, em alcatrão debaixo de chuva, vento e nevoeiro.
Para levantar a moral, eis que descemos e o nevoeiro desaparece dando lugar a um sol radioso e a vista sobre o Monte Frio.
No Monte Frio apanhamos o caminho de terra batida que nos leva aos Pardieiros e nos faz passar no meio da fabulosa Mata da Margaraça.
A 1,5 Kms da Benfeita, paragem obrigatória na Fraga da Pena para eu revisitar o lugar onde durante a minha infância passei muitos verões e dar a conhecer este magnifico lugar a estes meus amigos.
Chegados à Benfeita, mais bem recebido era impossível!!! Os meus amigos Adélia e Rogério (a minha familia da Benfeita) além de nos colocarem a disposição a casa de banho para tomarmos uma banhoca, deram-nos dormida e uma deliciosa feijoada ao jantar que ainda hoje nos lembramos ao fim de cada voltinha de BTT comentamos: "agora o que ia bem era uma feijoada da Benfeita".
Na Benfeita não houve tempo de visitar todas aquelas pessoas que fazem parte dos meus 16 anos ali vividos. Mas nada como uma voltinha à noite na companhia do Ti Mina para ver como as coisas estão diferentes. Paragem no café e ainda deu para encontrar amigos que ali tenho que já não via à uns anos (o Joãozito e entre eles uma amiguinha nova, a Luisa, filha do Ruca e da Rita).

Domingo, 18 de Junho de 2006
Como se já não bastasse a trabalheira que demos em casa da Adélia, no dia a seguir tinhamos uma mesa farta ao pequeno almoço. Não nos faltou rigorosamente nada e só tenho de agradecer ao Rogério e à Adélia por me ter recebido a mim e aos meus amigos desta forma.
Por volta da 11:00 da manha carregamos o jipe e rumamos à Covilhã para deixar o Sousa e o Valdemar e eu e o Koelhone voltamos à Guarda.











Aqui fica também o registo altimétrico de todo o percurso.